30 de jan, 2023
Uma meta de inflação de 3% é muito ambiciosa para o Brasil, em razão principalmente da rigidez do Orçamento, que limita a margem de manobra para o ajuste nos gastos nominais. Essa é a opinião de Sergio Werlang, que, quando foi diretor no Banco Central, coordenou a implementação do regime de metas de inflação. “A meta atual é muito baixa e sacrifica o crescimento da economia,” afirma Werlang.
Werlang, que é professor e assessor da presidência da Fundação Getulio Vargas, defende que a meta adequada seria 4% ou 4,5%, mas pondera: “Só mexeria na meta depois que o ministro Fernando Haddad anunciar qual vai ser a regra fiscal no longo prazo e apenas se o mercado acreditar que a regra será implantada”. E como saberemos se o mercado terá acreditado no governo? “Vendo uma queda na taxa de juro real de longo prazo. Antes disso, não mexeria de jeito nenhum na meta, porque só introduziria mais oscilação no mercado.”
