O PicPay acaba de protocolar os documentos de seu IPO na Nasdaq, numa das ofertas mais aguardadas do ano e que levará à Bolsa americana uma carteira digital com mais de 50 milhões de usuários num momento de competição feroz no mercado de fintechs.
Os coordenadores da oferta são BTG Pactual, Bradesco, Barclays e Santander. A operação deve ser lançada até o dia 4, quando será divulgada a faixa de preço e o tamanho da oferta.
O PicPay — cujo ticker na Nasdaq será ‘PICS’ — pretende fazer uma oferta 100% primária para financiar principalmente o crescimento orgânico da companhia, bem como eventuais oportunidades de M&A.
Em conversas com investidores, a companhia tem comparado seu modelo de negócios com o do WeChat, a rede social chinesa que também opera como uma wallet e um marketplace de serviços financeiros.
O PicPay — que também tem uma ‘camada social’ dentro do app, permitindo que os usuários troquem mensagens entre eles — divide seu negócio em quatro segmentos: a carteira digital, o marketplace financeiro, a ‘store’, e o ‘ads’ (pelo qual vende espaços de publicidade online e inteligência de mídia).
No ano passado, o PicPay teve um TPV de R$ 49 bi, uma receita líquida de R$ 389 milhões e um prejuízo líquido de R$ 803 mi.
Mas o crescimento da base de clientes tem sido substancial: em 2018, o PicPay tinha apenas 10 milhões de usuários, número que saltou para 15 milhões no ano seguinte e para 39 mi ao final de 2020. Há uma semana, o PicPay bateu mais de 50 milhões de usuários.
O PicPay também anunciou uma reestruturação societária, na qual a J&F Participações (a holding que detém os ativos da família Batista) passará a controlar a fintech. Na nova estrutura, o Banco Original deixa de ser acionista do PicPay.