As coisas estão se estabilizando no Brasil e há um “novo normal” nos Estados Unidos.
Essa é a conclusão do BTG Pactual sobre a Gerdau depois da siderúrgica publicar resultados sólidos no primeiro tri.
O banco elevou sua recomendação para o papel de ‘neutro’ para ‘compra’ e aumentou o preço-alvo de R$ 22,50 para R$ 25 – um upside de 34% em relação ao fechamento de ontem.
Segundo os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner, os resultados mostraram que há sinais de uma estabilização na operação brasileira – um dos principais pontos de preocupação dos investidores.
No primeiro tri, a produção da Gerdau no Brasil voltou a crescer – uma alta de 11,7% na comparação sequencial – assim como a margem EBITDA, que subiu 0,7 ponto de um trimestre para o outro, para 9,2%.
Com um forte esforço para aumentar sua eficiência, a Gerdau deve apresentar um aumento da margem EBITDA da operação brasileira nos próximos trimestres, diz o BTG.
“Acreditamos que os esforços de cortes de custos e aumentos graduais de preço prepararam o terreno para uma fase de normalização e não vemos motivo para Gerdau não operar no Brasil com margens na faixa entre 15% a 20%,” escreveram os analistas.
Além disso, o BTG diz que a operação americana não está precificada pelos investidores. “Não vale a pena apostar contra os EUA.”
Para os analistas, o mercado americano está protegido por uma alta tarifa de importação de 25% e está prestes a receber centenas de bilhões de dólares em investimentos nos setores de infraestrutura e de chips.
O banco estima que a margem EBITDA da Gerdau nos Estados Unidos vai permanecer perto dos 20% nos próximos anos (no primeiro tri foi de 24,5%) e que as margens históricas entre 10% e 12% já não são mais “realistas”.
“Parece injustificado que a Gerdau seja negociada a 4x EBITDA, enquanto seus pares nos EUA estão numa média de 7,4x EBITDA,” escreveram os analistas, que não vêem muito downside para o papel.
A ação da Gerdau cai 9,5% nos últimos 12 meses. A empresa vale R$ 37,8 bilhões na B3.