A Eneva acaba de mandatar o UBS BB para buscar um sócio para sua plataforma de ativos renováveis — que inclui um parque solar já operacional e um pipeline de outros três projetos.
Esses ativos foram adquiridos pela Eneva no ano passado, quando ela comprou a Focus Energia por R$ 920 milhões, tirando a companhia recém-listada da Bolsa.
Na época, um dos parques já estava em construção — o Futura I, que fica na cidade de Juazeiro, no norte da Bahia — e a Eneva finalizou as obras ao longo dos últimos meses, num capex total de R$ 3 bilhões.
Os outros três projetos são o Futura II e III, também parques solares em Juazeiro, e o Santo Expedito, um parque eólico no Rio Grande do Norte.
Quando todos os parques estiverem prontos, eles terão uma capacidade de geração somada de cerca de 4 GW, incluindo o já operacional, transformando o Futura no maior complexo solar das Américas.
Mas os três parques ainda a ser construídos devem demandar um capex próximo de R$ 10 bilhões, e a Eneva quer um sócio para dividir o investimento, o CFO Marcelo Habibe disse ao Brazil Journal.
Além disso, segundo ele, a venda de uma participação na plataforma de renováveis levantaria recursos para a Eneva desalavancar seu balanço.
A companhia fechou o primeiro trimestre com uma alavancagem de 4,6x o EBITDA dos últimos doze meses, e a meta é reduzir essa alavancagem para menos de 3x. A Eneva já começou a se desalavancar um pouco: no quarto tri, a alavancagem estava em 4,8x.
A companhia já está falando com potenciais interessados — entre fundos e players estratégicos — e está na fase de assinatura de NDAs para abrir os números da operação.
“Estamos abertos a qualquer formato. Podemos ser minoritários, majoritários ou dividir o controle meio a meio,” disse o CFO.
Se não encontrar um sócio, Habibe disse que a ideia da companhia é desenvolver esse pipeline de renováveis mais no médio/longo prazo, já que tem alguns projetos térmicos mais prioritários.