A Pague Menos virá ao mercado entre julho e agosto com um IPO que dará aos investidores mais uma escolha no setor de drogarias, fontes disseram ao Brazil Journal.
A oferta-base será 100% primária e quer levantar R$ 1 bilhão para a companhia investir em novas lojas, num momento em que a quarentena abre oportunidades em pontos estratégicos.
Nascida e criada em Fortaleza, a Pague Menos tem 20,5% de share na região Nordeste — mais que o dobro do segundo colocado.
Como o share no Sudeste é microscópico (1,7%) e o share nacional é de apenas 5,7%, boa parte do pitch vai ser mostrar ao mercado o potencial de crescimento da rede, bem como o potencial de ganho de margens. Enquanto a Raia Drogasil fechou 2019 com 7,3% de margem EBITDA, a Pague Menos fez 3,8%.
A General Atlantic, que pagou R$ 600 milhões por 17% da companhia no final de 2015, não venderá ações, mas, se houver demanda, o controlador da companhia, Deusmar Queirós, pretende fazer uma pequena fatia secundária e se comprometerá a usar os recursos para comprar imóveis que em seguida serão alugados a preços de mercado à própria rede.
Os líderes da oferta são Credit Suisse, Itaú, Santander e XP. O processo de investor education começa no início de julho, com o roadshow e pricing acontecendo no final de agosto.
Com a oferta, a Pague Menos vai se tornar a terceira rede de farmácias listada na B3, onde a Raia Drogasil negocia a 40x seu lucro estimado para 2021 e a Panvel, 30x, segundo o consenso Bloomberg.
A companhia passou por um turnaround intenso nos últimos cinco anos, com investimentos em tecnologia, gestão e controles. Mais de 20 profissionais de mercado foram contratados para o senior management, e nos últimos dois anos a companhia fechou cerca de 80 lojas deficitárias.
Deusmar acaba de deixar o conselho de administração e agora figura apenas como o controlador da companhia com 57,2%. Sua família tem outros 17,5% e seu sócio e co-fundador, Ubiranilson Alves, outros 8,3%.
Hoje, o CEO da Pague Menos é Mário Queirós, e a chairwoman, Patriciana de Queirós, ambos filhos de Deusmar. A GA está representada no board por Martin Escobari e Pedro Parente.
Em 2019, a Pague Menos faturou R$ 6,7 bilhões, um crescimento de 3% em relação ao ano anterior, e teve lucro líquido de R$ 18 milhões (contra R$ 67 milhões em 2018). O EBITDA foi de R$ 258 milhões, reportado em IFRS 16.
A companhia fechou o ano com um endividamento líquido de R$ 806 milhões, equivalente a pouco mais de 3x EBITDA.
Um dos diferenciais da Pague Menos em relação à Raia Drogasil é seu foco na classe C. Em 800 de suas 1.122 lojas, a Pague Menos tem a Clinic Farma, um cantinho onde um farmacêutico tira pressão, mede glicemia e faz acompanhamento de doenças como diabetes, colesterol e hipertensão.