Em um cenário em que a única certeza é a mudança constante, transformar os negócios é um imperativo para as empresas se manterem competitivas em meio à volatilidade.

Ayrton Senna, um dos maiores atletas brasileiros, dizia que em dias chuvosos é que surgem as melhores oportunidades para se ganhar uma corrida.

No mundo dos negócios não é diferente. Indo além da redução de custos ou do crescimento das receitas – especialmente em tempos de incerteza, é preciso reinventar toda a organização. Isso significa não apenas melhorar a performance financeira, mas também melhorar a saúde organizacional e focar em experiência do cliente, satisfação e capacitação da força de trabalho e impacto social positivo.

Transformações bem-sucedidas, no entanto, são difíceis e pouco frequentes. Na verdade, a maioria delas fracassa. Daquelas que se concretizam, uma pequena parte – cerca de 5% – pode ser classificada como o que chamamos de “transformações verdadeiramente excepcionais”. Elas superam desempenhos medianos e trilham o caminho do crescimento significativo, rentável e duradouro, com impactos mantidos no longo prazo.

Como fazer parte desse seleto grupo de alta performance? Nossas pesquisas apontam que as organizações que realizam transformações de negócios bem-sucedidas têm cinco características em comum. Fábio Stul, sócio-sênior e líder global da prática de transformações da McKinsey, explica: “Essas organizações pensam grande, definindo metas ambiciosas que geram valor. Elas atuam em várias alavancas de uma só vez, focando em iniciativas de todos os tamanhos. Também agem rapidamente para renovar seu pipeline e criam uma cultura que estimula a mudança e privilegia a execução”.

Além de reiventarem seu negócio principal, essas instituições investem em novos negócios – seja por meio de criação ou aquisição – para obter novas fontes de receita, e redesenham todo seu modelo operacional para acelerar sua “taxa metabólica” e aumentar a velocidade de tomada de decisão e de execução.

“Num sentido estratégico mais amplo, as ‘transformações verdadeiramente excepcionais’ alcançam um equilíbrio saudável entre melhorar a performance holística e reinventar o negócio, destacando-se em ambos”, acrescenta César Okajima, sócio da McKinsey em São Paulo.

A performance holística é medida em cinco dimensões que refletem as prioridades organizacionais: performance financeira, saúde organizacional, talentos e capacidades, foco no cliente e impacto de ESG. A reinvenção do negócio envolve a busca por uma mudança ambiciosa e significativa no modelo operacional da empresa, no seu portfólio de negócios, ações estratégicas e capacidades de tecnologia – digital e analytics.

Transformation Speedometer: desvendando o caminho das pedras

CEOs e lideranças C-level precisam de ajuda para definir o caminho mais produtivo a seguir. Isso inclui, por exemplo, como alocar recursos de forma eficaz entre negócios novos e existentes; como escolher entre ganhar escala rapidamente ou apostar numa transformação sequenciada; como utilizar a tecnologia para mudar o negócio de patamar e como lidar com mudanças organizacionais em larga escala de forma sustentável.

Para apoiar empresas e líderes nesses e outros desafios, a McKinsey desenvolveu o Transformation Speedometer, uma ferramenta (disponível para uso aqui) que analisa a maturidade da transformação de uma empresa de acordo com suas necessidades e contextos específicos, usando uma pontuação que chamamos de McKinsey Transformation Index (MTI).

Ao usarem o Speedometer, as lideranças atribuem uma classificação de zero a dez em dez diferentes categorias. Numa escala que vai a 100 pontos, empresas cujo progresso da transformação está defasado pontuam abaixo de 60. Já as empresas com sólido desempenho em transformações pontuam entre 60 e 80. E aquelas com transformações “verdadeiramente excepcionais” pontuam acima de 80.

“É raro uma empresa apresentar alto desempenho em todas as dimensões da avaliação. Mesmo as organizações mais saudáveis têm lacunas. Fazer pequenas melhorias em todas elas não levará aos melhores resultados; agir rapidamente e de maneira ousada em algumas poucas dimensões, sim”, diz Stul.

Apoio para a tomada de decisões estratégicas

Embora as lideranças conheçam seus negócios melhor do que qualquer outra pessoa, quando essa análise é feita de forma robusta e independente, os resultados costumam surpreender, revelando oportunidades significativas de melhoria.

O Speedometer não mede a qualidade ou profundidade da gestão; em vez disso, estimula discussões francas entre lideranças sêniores sobre a maturidade das dimensões-chave de suas transformações e identifica potenciais pontos cegos. Essas discussões são importantes para que executivos C-level formem consenso sobre como alocar recursos e como definir metas objetivas para medir o impacto e avaliar o progresso.

“Definir metas ambiciosas e uma visão compartilhada ajuda a manter um alto nível de comprometimento com o trabalho que precisa ser feito”, pontua Okajima.

Empresas resilientes enxergam momentos de crise ou incerteza como catalisadores de transformação, gerando mais valor tanto nos ciclos de crescimento quanto de recuperação. Como dizia Ayrton Senna: “É muito difícil ultrapassar 15 carros quando a pista está seca, mas, quando está chovendo, é bastante possível”.

Ao se comprometerem com uma “transformação verdadeiramente excepcional”, as empresas aumentam em muito as chances de que seus esforços criem valor de forma substancial e duradoura. Trata-se, portanto, de uma maneira eficaz de maximizar a possiblidade de uma organização prosperar no futuro, faça chuva ou faça sol.

Para conhecer mais sobre o Transformation Speedometer, acesse a ferramenta aqui.

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