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Assista aqui ao episódio completo do McKinsey Talks sobre Mulheres, Diversidade e Inclusão nos Negócios.
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A cada 100 líderes C-level, menos de 30 são mulheres, mostra a nova edição do relatório da McKinsey Women in the Workplace, que celebra 10 anos. A pesquisa, realizada nos Estados Unidos em parceria com a organização LeanIn.Org, também revela que, para cada 100 homens promovidos a cargos gerenciais no país, apenas 81 mulheres e 54 mulheres negras conseguem o mesmo avanço.
Elas e outras minorias ainda seguem pouco representadas especificamente em carreiras relacionadas a áreas como Ciências, Tecnologia, Engenharias e Matemática. A disparidade já foi maior, mas ainda há muito o que fazer – e rápido.
Para acelerar esse progresso, o action council Mulheres, Diversidade e Inclusão nos Negócios do B20 – do qual a McKinsey é Knowledge Partner – acaba de entregar aos líderes das 20 maiores economias do mundo um conjunto de recomendações. O objetivo é abordar os pontos estruturais da desigualdade de gênero e de outros grupos sub-representados no mundo corporativo, na busca por um crescimento sustentável e inclusivo em toda a sociedade.
No novo episódio do McKinsey Talks, Paula Bellizia, vice-presidente da AWS na América Latina e chair do action council, fala sobre como o trabalho no B20 deve resultar em ações concretas mundo afora. E Fernanda Mayol, sócia da McKinsey e líder da prática de Pessoas, Organizações e Performance no Brasil, detalha o impacto da diversidade nas empresas e como superar os desafios.
Confira abaixo os principais trechos da conversa e assista ao episódio completo aqui.
Como a diversidade impacta positivamente as empresas e os negócios?
Fernanda Mayol: Estudamos esse tema ao longo dos últimos 10 anos e observamos que empresas com maior diversidade têm 40% mais chances de entregar resultados financeiros superiores do que seus concorrentes. Além disso, líderes em ambientes diversos formam equipes altamente colaborativas, e seus funcionários demonstram um nível quatro vezes maior de satisfação e engajamento. Esses são apenas alguns exemplos que mostram a relevância desse tema.
Quais são as principais recomendações do ‘action council’ para aumentar a diversidade e inclusão?
Paula Bellizia: Nosso grupo teve aproximadamente 200 representantes, com ângulos complementares sobre o tema. Chegamos a três grandes pilares de recomendações. O primeiro pilar envolve ter um conjunto de dados confiáveis, tanto para entender o estágio de maturidade de cada país quanto para medir o progresso que está sendo feito. O segundo pilar é de incentivos à diversidade – nas empresas e no ambiente de empreendedorismo de forma mais ampla. E, por fim, o pilar da ampliação da educação, garantindo acesso à formação de qualidade a todos, principalmente num ambiente de desenvolvimento tecnológico tão acelerado.
Qual a importância dessas recomendações para o ambiente de negócios hoje?
Fernanda Mayol: Nossas pesquisas indicam que cerca de 70% das organizações declaram que o tema da diversidade e da inclusão é prioridade, mas, quando vamos mais a fundo, menos da metade tem os mecanismos para concretizar essa prioridade. Outros dados relevantes compõem esse quadro. Nos últimos três anos, por exemplo, o investimento em diversidade racial diminuiu 30% nas empresas. Em áreas de ciências, matemática e tecnologia, 35% da força de trabalho é composta por mulheres e 5% por pessoas negras. Pessoas com deficiência recebem 12% a menos por hora do que os demais funcionários. Então, ainda estamos muito distantes da representatividade desejada. A implementação de políticas efetivas e os investimentos em diversidade são fundamentais para alcançar mudanças reais.
Qual a principal mensagem de todo o trabalho no ‘action council’?
Paula Bellizia: Apesar de avanços, ainda estamos longe de alcançar equidade de oportunidades. Se não acelerarmos essa agenda, a mudança pode demorar mais de 100 anos. Convido todas as lideranças a conhecer e apoiar nossas recomendações, para que elas saiam do papel e se tornem práticas reais e transformadoras. A participação de cada um é fundamental.
Para saber mais, assista ao episódio completo do McKinsey Talks: