Barry Sternlicht, o veterano investidor imobiliário, quer levantar US$ 400 milhões com o IPO de um veículo de aquisição de propósito específico — uma SPAC, na terminologia em inglês — fundado por ele e Joe Dowling, o gestor do endowment da Brown University.
A Jaws Acquisition Corp. quer vender 40 milhões de ações a US$ 10 cada, segundo a Bloomberg.
Comuns nos EUA e inexistentes no Brasil, os SPACs são o equivalente ao IPO de um cheque em branco. Os criadores do SPAC levantam recursos junto a investidores com a promessa de encontrar um ativo rentável.
Por exemplo, em 2012, uma SPAC chamada Justice Holdings — criada por Bill Ackman, da Pershing Square — fundiu-se com o Burger King Corporation, trazendo a rede de hambúrgueres de volta para a Bolsa e dando origem à Restaurant Brands International.
A capitalização da Jaws será usada para buscar companhias em indústrias de alto crescimento e que não concorram com os ativos da Starwood Capital, a gestora de Sternlicht que investe principalmente em imóveis, petróleo e gás e infraestrutura de energia.
O IPO da Jaws tenta se beneficiar de valuations deprimidos depois da queda de mercado causada pelos efeitos do coronavírus.
Sternlicht, que no início da pandemia estava relativamente otimista, recentemente se disse preocupado com a economia dos EUA, que em sua opinião deve se recuperar mais lentamente que a China.
“Será mais devagar aqui, dependendo do que acontecer na frente médica,” ele disse à Bloomberg. “Esse trimestre será uma bagunça.”
Nos EUA, as SPACs tem se tornado uma forma cada vez mais comum de levantar capital em meio ao mercado volátil. Neste ano, por exemplo, esses veículos levantaram US$ 5,4 bilhões em IPOs — quase um terço de tudo que foi captado no período.