A Nutrien colocou à venda seus ativos de mistura de fertilizantes no Brasil, um portfólio de cinco fábricas com capacidade produtiva de 3 milhões de toneladas/ano, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.
A gigante canadense de insumos agrícolas está buscando vender o pacote inteiro para um único comprador, mas também pode considerar propostas individuais por cada ativo.
O valor almejado não está claro, mas uma das fontes disse que a canadense investiu R$ 400 milhões nessas cinco fábricas nos últimos anos. (É provável que a companhia espere um prêmio em cima desse valor, dado o trabalho que teve na construção das plantas).
Para conduzir o processo de venda, a Nutrien está trabalhando com a Volt Partners, uma boutique de M&As com forte atuação no agronegócio.
As conversas com potenciais compradores começaram essa semana, e a expectativa é fechar a venda ainda no primeiro semestre.
Em meados do ano passado, a Nutrien já havia anunciado a paralisação das atividades dessas cinco plantas dado o momento desafiador do agronegócio — com a queda no preço das commodities e muitos produtores rurais entrando em recuperação judicial.
Esse ambiente fez com que muitas empresas de fertilizantes reportassem queda nas vendas e nas margens, além de sofrer com a inadimplência dos produtores.
Agora que o mercado está ensaiando uma melhora, a Nutrien resolveu vender os ativos em vez de reiniciar a operação.
Segundo as fontes, as plantas colocadas à venda passaram por uma modernização nos últimos anos e estão com as manutenções em dia. Elas têm capacidade total de produção de 3 milhões de toneladas/ano e capacidade de armazenamento de 112 mil toneladas.
As fábricas ficam em Itapetininga (SP), Alfenas e Araxá (MG), Morrinhos e Cristalina (GO). A planta de Alfenas ficou pronta em 2024, e nunca chegou a ser ligada.
Na prática, essas fábricas pegam a matéria-prima (potássio, nitrogênio e fosfato) e misturam essas substâncias para a fabricação de fertilizantes NPK, o mais tradicional usado na adubação de plantas. As cinco fábricas também têm capacidade e equipamentos para a produção de fertilizantes especiais.
A Nutrien vale US$ 24 bilhões na Bolsa de Toronto e tem uma forte atuação no Brasil.
Além das fábricas de fertilizantes, ela é dona de minas de potássio, opera no mercado de sementes e tem uma rede relevante de varejo agrícola, competindo com players como a Lavoro e a Agrogalaxy. Em 2022, a Nutrien pagou R$ 1,5 bilhão pela Casa do Adubo, assumindo a terceira posição neste mercado.