Warren Buffett sempre disse que a diversificação é uma proteção contra a ignorância – e que ela faz pouco sentido “para quem sabe o que está fazendo.”
Mas um novo estudo do UBS mostra que – a menos que você seja um exímio stockpicker – o melhor mesmo é diversificar.
Feito em parceria com professores da London Business School e da Cambridge University, o estudo compilou o retorno de quase 65 mil empresas em 42 países, entre 1990 e 2020.
Nesse período, os papéis que ficaram no grupo dos top 5% performers responderam por toda a geração de riqueza nos mercados analisados.
O top 1% gerou 80% dos retornos, enquanto as 0,25% melhores ações concentraram metade do rendimento total.
Além disso, 52% das ações caíram nesse intervalo, 57% renderam menos que papéis do governo e 71% perderam dos índices das bolsas.
“Os investidores deveriam diversificar, a menos que sejam stockpickers talentosos,” disse Paul Marsh, um professor da London Business School e um dos autores do estudo, ao apresentar as conclusões. “Caso contrário, podem perder dinheiro.”
Marsh e os colegas Mike Staunton, da London Business School, e Elroy Dimson, de Cambridge, fizeram outro cálculo que mostra o impacto do market timing.
Nesse caso, eles analisaram todas as ações negociadas nos Estados Unidos e num intervalo bem maior, de 1900 e 2024.
Os papéis renderam, em média, 6,6% ao ano nesse longo período.
Os investidores que conseguissem ficar fora do mercado justamente nos 20 meses de pior desempenho teriam um retorno anual de 9,9%.
Ao serem excluídos os 20 melhores meses, porém, a rentabilidade cairia para 3,6% ao ano.
“Algumas pessoas usam números como esses para defender market timing. Mas as evidências mostram que acertar ao fazer isso é dificílimo, mesmo para investidores profissionais,” disse Marsh.
“É uma estratégia que pode custar caro se você perder os melhores meses.”