O turismo em Nova York ainda está longe de voltar ao normal (pelo menos para os brasileiros, esses párias sem vacina), mas a cidade ganhou hoje um novo ponto turístico que promete.
A ‘Little Island’ — um parque suspenso no Hudson River sustentado por ‘tulipas’ de concreto — acaba de abrir ao público depois de sete anos de planejamento e obras. A ilha tem 2,4 acres e é recheada de áreas verdes, mirantes e um espaço social com cadeiras e food trucks, além de um anfiteatro para mais de 600 pessoas.
O parque fica perto do Whitney Museum, no lugar que antes abrigava o Pier 54 — que ganhou fama por ter recebido os sobreviventes do Titanic em 1912.
O projeto foi bancado por Barry Diller — o chairman da holding de empresas digitais IAC — que fez a doação para a cidade por meio da fundação que mantém com sua mulher, a designer Diane von Furstenberg. O casal já havia sido instrumental na criação do Highline, o parque suspenso sobre o Meatpacking District e uma das maiores atrações do sul de Manhattan.
Desta vez, a fundação doou US$ 260 milhões para a construção da estrutura da Little Island e se comprometeu a investir mais US$ 120 milhões para a manutenção do parque pelos próximos 20 anos. (A cidade e o estado de Nova York vão contribuir outros US$ 17 milhões e US$ 4 milhões, respectivamente).
A ideia da ‘Little Island’ surgiu como uma solução para a degradação do Pier 54, que caiu em ruínas nas últimas décadas. Em 2014, Diller e Diane começaram a se envolver nas discussões sobre a reparação do píer e, em vez de reparar a estrutura antiga, quiseram criar algo completamente novo.
O resultado é uma obra de arte de tirar o fôlego e que promete se tornar parada obrigatória para moradores e turistas.
Mas não foi fácil colocar a ilha de pé.
O projeto foi alvo de protestos, e os opositores chegaram a entrar na Justiça para tentar impedir que a obra fosse adiante. Um dos argumentos era que a estrutura causaria danos aos peixes do Hudson — o que se provou equivocado por laudos de agências ambientais.
“Depois de todas as revoluções pelas quais [o projeto] passou, do começo até quase morrer até começar de novo, fiquei realmente embasbacado quando vi a coisa pronta,” Diller disse ao The Wall Street Journal. “Eu entrei [na ilha] e senti uma alegria pura e real, o que não é algo que eu possa dizer que aconteça com frequência.”
Trish Santini, a diretora executiva da “Little Island”, disse à Bloomberg que a intenção do parque é estimular a exploração e a descoberta.
“[Na ilha] há diferentes vistas da cidade, vistas da água, vistas das pessoas e vistas da paisagem,” disse ela. “Conforme se move pelo espaço, você vai digerindo um elemento diferente da experiência.”
A ilha — cujo design evoca uma “folha flutuando na água” — foi desenhada para ter uma série de ‘micro-climas’: há 65 espécies de arbustos, 290 variedades de gramas, vinhas e plantas, e 114 árvores de 35 espécies diferentes (algumas delas devem chegar a 18 metros de altura).
Santini diz que o projeto paisagístico do parque conseguiu integrá-lo ao rio. “Tivemos que levar muitos elementos da natureza em consideração, inclusive o vento.”
O parque será palco de eventos gratuitos, incluindo jogos de “drag bingo”, shows noturnos com DJs e performances estilo cabaré, segundo a Bloomberg.
Quatro artistas residentes vão se revezar na organização e curadoria dos mais de 500 eventos que devem ocorrer só neste ano.
NY is back. Maybe James Altucher was dead wrong.