A rentabilidade da Gerdau no Brasil está próxima da mínima histórica. Acostumada a uma margem EBITDA média de 19% nos últimos 10 anos, a siderúrgica está perto de reportar uma margem entre 8% e 9% no quarto tri, que será reportado em 20 de fevereiro.
Esse nível só se compara ao atingido no quarto tri de 2015, quando a siderúrgica entregou uma margem de 6% no Brasil. (Naquela época, havia uma crise dupla: o Brasil enfrentava uma recessão e o mercado global de commodities estava despencando).
Ainda assim, o BTG Pactual acha que as coisas não vão melhorar tão cedo – e manteve sua recomendação ‘neutra’ para a siderúrgica.
“Ainda que essa margem baixa seja insustentável, ainda faltam catalisadores para construirmos mais confiança numa rápida recuperação,” escreveu o analista Leonardo Correa.
O banco chamou a Gerdau de “um short consensual”, mas acha que o downside parece limitado a partir destes níveis.
Ainda assim, “continuamos com ‘neutro’ por ora, dada a falta de triggers e as revisões de lucro para baixo.”
O analista ressalta que a Gerdau continua uma empresa “muito bem gerida,” e que o grande problema tem sido a deterioração do ambiente macro.
No Brasil, a penetração dos aços longos importados tem crescido consideravelmente, com as importações mensais atingindo uma média de 90 mil toneladas em 2023 em comparação a 60 mil toneladas em 2022 (um aumento de cerca de 50% ano contra ano).
“Essa competição desleal levou a uma deterioração do market share e um ambiente de precificação desafiador, pesando sobre a rentabilidade do setor,” escreveu o analista.
O BTG disse acreditar que o management da Gerdau continua focado em trazer as margens de volta aos níveis normalizados, e diz que já vê sinais de uma moderação nas importações. “Mas mantemos nosso call de que as tarifas de importação devem se manter inalteradas em 10% a 12%.”
Nas contas do banco, a Gerdau negocia a 4,2x EBITDA e deve entregar um dividend yield de 7%, “que consideramos justo.”
A companhia vale R$ 36,8 bilhões na B3.