O BTG Pactual iniciou a cobertura da Intelbras com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 28, o que implica uma valorização potencial de 48%.
A Intelbras — que fabrica e vende equipamentos de segurança, de comunicação e painéis solares — saiu no IPO a R$ 15,75 e subiu 25% no primeiro dia de negociação.
Hoje, o papel sai a R$ 19, dando à companhia um valor de mercado de R$ 6,25 bilhões.
Os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi notam que a Intelbras é líder no País com uma rede de distribuição “difícil de replicar” que chega a 98% dos municípios brasileiros. Nos últimos dez anos, a empresa cresceu a uma taxa média anual de 21%, multiplicando por mais de 6x a receita. Para este ano, o BTG espera um crescimento de 30%.
Um dos grandes atrativos da Intelbras é que ela “cresce num ritmo acelerado, mantendo as margens e o ROIC (retorno sobre o capital investido) estáveis”. De 2017 a 2019, a margem bruta média foi de 35,6%, e a margem líquida, 11,2%. O ROIC médio foi de 43% no período.
A R$ 19, a Intelbrás negocia a 18,6x o lucro estimado para 2021 e a 14x o EBITDA, nas contas do BTG. “É um valuation bem atrativo para uma empresa que consistentemente cresce mais de 20% ao ano e que opera com um ROIC de 30-40%.”
O BTG comparou a Intelbras com 13 empresas globais que operam no mesmo segmento. O resultado: a brasileira tem um dos múltiplos mais baixos do grupo.
Comparando com companhias que crescem no ritmo da Intelbras, como a chinesa Hikvision (que negocia a 33x o lucro de 2021) e a americana Ubiquiti (38x), o desconto é ainda maior.
O BTG também acha que a empresa deve passar por um processo de re-rating conforme ganhar tração no mercado de painéis solares, no qual entrou em 2019 e que ainda representa apenas 7% da receita.