A IBBX – a startup que desenvolveu uma tecnologia capaz de capturar a energia perdida no ar – acaba de levantar uma rodada para financiar a escalada de seus esforços comerciais, com foco na indústria 4.0.
O cheque, de US$ 3 milhões, veio da Indicator Capital. A IBBX ainda espera levantar mais US$ 2 milhões e está em conversas avançadas com alguns fundos.
A IBBX foi fundada há dois anos por Luiz Fernando Destro, um apaixonado por física que largou a faculdade para trabalhar numa empresa industrial.
A startup criou um aparelho do tamanho de uma caixa de anel que capta ondas eletromagnéticas de baixa frequência que ficam dispersas no ar.
Na prática, a tecnologia da startup captura essa energia, recicla-a e depois a usa, por exemplo, para carregar os sensores que ela criou e que já são usados por 48 clientes. (A startup tem mais 230 clientes no funil comercial.)
Os sensores da IBBX capturam milhares de dados das máquinas industriais – como a vibração, temperatura, dados elétricos, pressão, vazão e dados hidráulicos – permitindo prever se e quando a máquina terá algum problema.
Derek Bittar, o cofundador da Indicator, disse que a tecnologia da IBBX é inédita no mundo e resolve um problema gigantesco da indústria.
“A bola da vez hoje é a indústria 4.0, e eles têm uma dependência muito grande de cabeamento e bateria. Algumas indústrias têm equipes inteiras só para ficar fazendo manutenção e troca das baterias,” disse o gestor. “A IBBX resolve esse problema.”
Apesar do foco inicial da startup ser na indústria 4.0, Derek ressalta que os casos de uso da tecnologia da IBBX são muito mais amplos, cobrindo praticamente todos os segmentos da internet das coisas.
“Ela pode estar no campo, na cidade, nas fábricas e até dentro das casas,” disse ele. “Imagina se você não precisasse mais trocar a pilha do controle remoto?”
Parte da capitalização vai ser usada para financiar esses esforços de P&D da IBBX e outra parte vai para o capital de giro necessário para a fabricação dos equipamentos.
Mas o grosso dos recursos vai ser usado para ampliar a equipe da IBBX e a estrutura da empresa, abrindo, por exemplo, um showroom para mostrar os equipamentos aos potenciais clientes.
O showroom vai ser importante porque “o cliente da indústria compra de forma antiga: ele quer entender a solução, o que ela vai trazer de resultado, e se vai resolver o problema dele,” disse Luiz, o fundador. “Ele não compra no ecommerce. Esse é um cliente que quer ver acontecer, quer ver como funciona, porque é muita coisa que eles compram e de alto valor.”
A IBBX está operando num mercado que já tem outros players tradicionais e startups como a Tractian, que também vendem sensores para a indústria 4.0.
Mas o fundador da IBBX disse que não vê esses players como concorrentes, e sim como potenciais parceiros. “Nosso concorrente é a bateria. É isso que estamos substituindo,” disse ele.
O investimento é o sétimo do fundo II da Indicator, que levantou R$ 240 milhões em 2020 com investidores como o BNDES, Qualcomm, Banco do Brasil e Multilaser. A tese: investir apenas em startups de internet das coisas.