Marcelo Farinha, um funcionário de carreira do Banco do Brasil com larga experiência em fundos de pensão, será o novo presidente da Petros.

O executivo deve assumir no fim do mês, depois de ser habilitado pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).

A Petros informou que Farinha foi escolhido em um processo seletivo de mercado, seguindo as normas de governança.

De acordo com fontes a par da nomeação, o nome de Farinha contava com a simpatia do diretor financeiro da Petrobras, Fernando Melgarejo, que já foi diretor da Previ e seria próximo a dirigentes do PT. 

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Entre as várias posições que ocupou na indústria da previdência complementar, Farinha foi presidente da Brasilcap, a subsidiária do Banco do Brasil para capitalização, e comandou a Federação Nacional das Empresas de Capitalização (Fenacap). Tem mais de 35 anos de BB.

O executivo foi também diretor de investimentos do Economus (o fundo dos funcionários da antiga Nossa Caixa) e da Pouprev. É formado em engenharia e tem mestrado em economia.

Farinha vai substituir Henrique Jäger, que havia assumido o fundo em 2023, mas renunciou em abril para assumir a presidência da PetroCoque – a petroquímica de Cubatão controlada pela Petrobras e pela Universal Empreendimentos.

A escolha de Jäger havia sido alvo de questionamentos do Tribunal de Contas da União: apesar de preencher os requisitos para o cargo, o executivo teria sido indicado pela Petrobras, não observando o processo de seleção de mercado sob supervisão do conselho deliberativo, como previsto nas regras da entidade.

Jäger tinha sido presidente da Petros entre 2015 e 2016, quando chegou a ser convocado a depor na CPI dos Fundos para explicar os rombos legados por gestões anteriores.

A Petros tem um patrimônio de R$ 137 bilhões e 132,5 mil participantes, o que faz dela o segundo maior fundo de pensão do País, atrás apenas da Previ, dos funcionários do Banco do Brasil.

Os ativos da Petros estão majoritariamente em títulos públicos. A renda fixa responde por 82% da carteira. O Governo, entretanto, gostaria que o fundo participasse de projetos de infraestrutura – um playbook adotado em outros governos do PT, com resultados catastróficos para os cotistas.

Dois planos mais antigos da Petros, do tipo benefício definido, estão com um déficit técnico estimado em mais de R$ 30 bilhões. Um grupo de 48 mil petroleiros aposentados e 2,3 mil participantes foi obrigado a pagar contribuições retroativas para cobrir os desequilíbrios.