O mercado acompanhou nos últimos dias a implosão da Brasil Insurance, cuja ação derreteu cerca de 60% desde que a corretora de seguros reportou um quarto trimestre pavoroso em 31 de março.
O resultado foi marcado por vários ajustes contábeis relevantes exigidos pelos auditores, relacionados a provisões para a perda do valor de certos ativos e o cancelamento de apólices de clientes.
Os executivos da empresa, no entanto, suaram menos que o investidor médio. Eles venderam 20% de sua participação na empresa em janeiro, de acordo com informações no site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Naquele mês, o papel negociava ao redor de R$ 18,00. Nesta terça, está a R$ 8,00, em alta de 33% depois de dias de quedas pornográficas.
“Não existia impedimento à venda por parte dos executivos, mas a boa governança mandava que eles segurassem as vendas num momento em que provavelmente já estavam em andamento as conversas com os auditores para a contabilização dos ajustes”, diz um gestor que acompanha a ação.
A saída do diretor presidente da empresa, Antonio José “Tuca” Ramos, anunciada no fim da semana passada, alimentou a espiral de queda. O Fidelity Investments, gestora americana e acionista da empresa com 5,01% do capital em 31 de janeiro, disse na quinta-feira passada que havia reduzido sua posição para 3,52%. Nos últimos dias, quando o papel chegou a cair 30% em um único pregão, o mercado atribuía a queda a mais vendas por parte do Fidelity, que teria zerado sua posição na empresa.