O retorno à rotina de viagens de lazer ou negócios deu ao turismo uma série de oportunidades de crescimento e investimento. Estudos de entidades brasileiras e internacionais indicam um setor em expansão.

Entretanto, o Brasil precisa estar melhor preparado.

Em meio a tantas atrações e belezas naturais, ainda há muito a ser feito para que este crescimento faça jus a sua vocação turística e ao potencial desse mercado.

Um dos caminhos para essa valorização são os fundos imobiliários (FIIs), especialmente aqueles que investem em ativos turísticos, que devem financiar a expansão da estrutura turística brasileira por meio de milhares de investidores.

Levantamento da Embratur e do Ministério do Turismo mostra que, de janeiro a abril, o Brasil já havia recebido 75% de todos os visitantes estrangeiros que estiveram no país em 2022, cerca de 2,7 milhões de pessoas. Dados sobre os principais destinos turísticos de julho indicam desempenho recorde.

Hotéis de Gramado e Natal, por exemplo, tiveram uma ocupação média de 76%. Ainda sobre Gramado, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) informou que 768 mil turistas circularam pela cidade em julho, um número considerado histórico. Desde janeiro, a cidade já recebeu 4,7 milhões de visitantes.

Segundo o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTCC) o setor irá contribuir com o PIB brasileiro em US$ 145,7 bilhões neste ano, 5% a mais do que foi registrado no período pré-pandemia, em 2019. Para se ter uma ideia, o montante representa 7,86 milhões de oportunidades de emprego, quase 8% das vagas criadas no país em 2023.

“O turismo brasileiro é um excelente negócio para qualquer profissional do mercado que se debruçar sobre os números,” diz o CEO da RTSC Holding, Marcos Jorge. “O fenômeno a ser analisado, nesse caso, é por que há tão pouco investimento no setor, panorama que vem se modificando nos últimos anos.”

A RTSC Holding atua sob o princípio de que o turismo é para todos. Desde 2014, investe neste ecossistema em todo o Brasil a fim de ampliar as opções de hotelaria e entretenimento de qualidade a brasileiros e estrangeiros. Com 1.000 colaboradores e mais de 500 mil investidores, a RTSC Holding possui mais de R$ 10 bilhões sob custódia.

Atrás do Vietnã e do México

Os números apontam crescimento e boas perspectivas, mas o Brasil ainda está longe de ser uma potência no turismo. A média de visitação do País na última década foi de 6 milhões de turistas estrangeiros por ano, um volume inferior à média de uma única atração mundial, a Torre Eiffel, em Paris, que registra a presença anual de 9 milhões de pessoas – 25 mil por dia.

Embora a comparação com Paris pareça injusta, por falarmos de uma única atração, infelizmente, nossa situação não é melhor se verificarmos os números do México, que tem características econômicas similares às nossas. São 45 milhões de visitantes estrangeiros ao ano.

Outra correlação comprova a capacidade de crescimento do turismo no Brasil: uma única localidade do Vietnã, a Baía de Halong, concentra os cerca de 6 milhões de turistas estrangeiros recebidos pelo Brasil.

O futuro do turismo

O que falta, então, a um País que combina temperaturas tropicais com regiões de clima ameno, belos cartões postais, locais conhecidos mundialmente, como o Rio de Janeiro, e os que muitas vezes a própria população desconhece, e que já sediou grandes eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas?

O estudo “O futuro do turismo no Brasil”, publicado no final de 2022, joga luz sobre algumas questões que podem ser resolvidas por meio de um trabalho do poder público e do setor privado. Publicado pela Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo (RBTUR), o material é fruto da participação de 23 pesquisadores de 17 instituições brasileiras e analisa um período significativo para o turismo nacional: 19 anos, no intervalo de 2000 a 2019 – iniciado em um período no qual as plataformas digitais ainda não eram como as que conhecemos hoje, e finalizado antes da pandemia.

Para os autores, o Brasil não conseguiu se posicionar como destino de renome internacional, mesmo com os esforços para apoio ao desenvolvimento regional desde a década de 1990 – essas iniciativas teriam alcançado um resultado apenas moderado. Fatores como a falta de uma abordagem coordenada entre diferentes níveis governamentais, escassez de dados de turismo e campanhas de marketing supragovernamentais de longo prazo levaram o País a perder diversas oportunidades para estabelecer-se como um player global.

Mesmo em meio a tantas ponderações, é importante ter em mente o grande potencial do turismo no Brasil, fruto do compromisso e visão de futuro de empreendedores que apostam no país em curto, médio e longo prazos. Nos dias atuais, já contamos com atrações que são referência para a estrutura de turismo que pode ser alcançada por aqui. Ranking da Themed Entertainment Association (TEA), que tem dados dos museus e parques mais visitados do mundo, aponta que o Brasil tem sete parques entre os mais visitados da América Latina em 2022.

Temos um cenário promissor para estruturar o setor e preparar o País para receber os mais diferentes turistas do mundo todo. O próprio ranking da TEA aponta que 2022 foi marcado pela alta demanda de experiências fora de casa, que deve continuar intensa em 2023 – o que é facilmente observado por quem voltou a frequentar aeroportos, tanto a negócios como a passeio. O turismo no Brasil faturou mais de R$ 208 bilhões em 2022, segundo levantamento da FecomércioSP com base nos dados do IBGE.

“Frente a esse cenário, fica claro que há muito espaço para crescer, pois ainda nos falta uma parcela considerável da infraestrutura necessária para chegarmos ao volume potencial de turistas que o país pode receber anualmente,” diz Marcos Jorge.

Os FIIs na retomada do setor

Os fundos imobiliários (FII) se tornaram peças estratégicas na retomada do turismo no Brasil. Investindo em ativos turísticos ou em papéis atrelados a estes, os milhares de investidores desses fundos financiam a expansão e a operação de grandes parques e resorts. No pós-pandemia, os FIIs que investem no turismo se fortaleceram como ótimas opções de investimento e, atualmente, o País conta com mais de 400 FIIs registrados na B3, estimados em cerca de R$ 80 bilhões.

A melhora dos principais indicadores econômicos e a recente redução da taxa Selic apontam para uma valorização crescente destes investimentos e a perspectiva de um futuro promissor. Outros dados que jogam a favor são a desaceleração da inflação, a aprovação recente do arcabouço fiscal pelo Congresso e a queda progressiva do dólar.

Para grupos financeiros que investem em turismo como a RTSC, a mudança de cenário e toda a potência que o Brasil tem significa um impulso para potencializar ainda mais a estrutura turística brasileira.

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