Para CPFs e CNPJs, mais customização, praticidade e eficiência. Para instituições financeiras, um novo ecossistema mais democrático e transparente, pautado pela tecnologia e pela maior competição. Todos esses atores certamente compartilharão boas e muitas oportunidades no campo aberto pelo Open Finance, que iniciou em 15 de dezembro a fase de testes de sua quarta fase.

Uma das principais iniciativas do Banco Central dentro da agenda regulatória de modernização do sistema financeiro brasileiro, o Open Finance está em discussão entre os diferentes stakeholders do setor desde 2019. No centro do debate: o compartilhamento dos dados dos clientes entre as instituições financeiras.

É aí que entra outro componente muito importante: o consentimento. Os dados do cliente são e continuarão sendo sua propriedade. A diferença é que, no Open Finance, é possível definir quando e com quem essas informações serão compartilhadas. Bancos e fintechs terão à disposição dados cadastrais, transacionais e de operações de crédito para entregar novas soluções com praticidade e eficiência.

“Com o Open Finance, será possível customizar a informação para a atividade específica de cada cliente. A partir daí, poderemos oferecer soluções para atender às necessidades deles,” explica Fábio Villa, diretor comercial do segmento middle do Itaú BBA.

Outro pilar da agenda é a segurança. O compartilhamento de dados é regulamentado pelo Banco Central, que estabeleceu diretrizes de funcionamento de todos os processos para as instituições financeiras: quais informações podem ser compartilhadas, quanto tempo cada autorização deve durar e a padronização de um mesmo fluxo para levar clareza aos usuários.

Em paralelo, o mercado reforça os investimentos em transformação digital para abarcar com mais agilidade as mudanças que o Open Finance proporcionará, o que inclui segurança da informação para garantir a integridade dos dados. Neste sentido, a maturidade digital é um atributo relevante – e o setor financeiro puxa a fila quando comparado a outros setores no Brasil.

Instituições financeiras como o Itaú BBA – o maior banco de investimentos do Brasil – estão mais do que preparadas para as transformações que o Open Finance representa. Até em função disso, o Banco Central desenha um ecossistema ambicioso, que abarcará produtos e serviços financeiros que vão além do “banking”, como previdência e seguros. 

A primeira fase do Open Finance foi implementada em fevereiro passado, com a abertura pelas instituições de seus pacotes de produtos e serviços e seus respectivos custos. Desde então, ganhou novas possibilidades nas etapas seguintes: na segunda fase, o compartilhamento de dados relacionados a informações cadastrais, saldos em conta, transações financeiras e operações de crédito; na terceira, ainda em implementação, a possibilidade de se realizar um pagamento a partir de qualquer instituição. A quarta fase, cujos testes começaram este mês, prevê o compartilhamento de dados relacionados a câmbio, seguro, investimentos, previdência e conta salário.

Com o relógio correndo, o Itaú BBA tem feito grandes esforços em diferentes áreas para entregar um pacote de informação completo a seus clientes. Em paralelo, capacita seus times para esse novo momento. Isso porque, mais do que oportunidades de negócios, está em curso também uma mudança de olhar sobre as atividades do banco.

Daniela Niemeyer, superintendente do Itaú BBA, explica que o compartilhamento dos dados permitirá às instituições financeiras um melhor entendimento sobre o momento de cada cliente. Sendo assim, bancos especializados no segmento corporativo ganham uma nova importância na vida das empresas.

“Quando falávamos em Open Banking, ficávamos no âmbito do compartilhamento de dados de cadastro, pagamentos, créditos e cartões. Agora, com o Open Finance, incluímos nessa lista seguros, previdência, câmbio e investimentos. Então, com todas essas informações, o principal objetivo do Itaú BBA é oferecer ou até mesmo desenvolver produtos personalizados ou customizados, utilizando uma modelagem robusta de dados”, afirma.

“Sendo bem direta: a oportunidade aqui é ter o banco também pensando como o ‘tesoureiro’ da empresa e, juntos, construirmos com os clientes as melhores soluções financeiras utilizando dados e modelagem”, acrescenta Niemeyer.

Ou seja, o Open Finance permitirá ao Itaú BBA auxiliar seus clientes em tomadas de decisão para o negócio, em vez de ser um provedor de produtos e serviços financeiros. “É como se o banco passasse a ser um hub de originação de negócios. Vou ajudar meu cliente a vender mais”, destaca Villa.

Outra frente importante é a chamada iniciação de pagamentos, que abre a possibilidade de as empresas fazerem a gestão financeira – de suas diferentes contas, de CNPJs distintos – em um único lugar.

“O cliente terá tudo centralizado em apenas um canal, via app ou internet banking do Itaú BBA, pelo qual poderá acompanhar as entradas e saídas de caixa da empresa, independentemente da conta ou do banco em que as transações acontecem. Isso também permitirá ao cliente comparar os custos dos serviços financeiros nas diferentes instituições e escolher aquela que for mais adequada à empresa”, acrescenta Niemeyer.

Quer saber mais sobre o Open Finance? Veja a série de vídeos feitos pelo Itaú BBA sobre o novo sistema financeiro aberto.

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