Há pouco mais de um ano, a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) iniciou uma das transformações mais desafiadoras de sua trajetória: converter uma empresa centenária de energia pública em uma corporação privada mais ágil e orientada para o futuro.

O resultado do terceiro tri mostra que esse desafio já vem gerando resultados – e históricos. 

Entre janeiro e setembro, a Emae registrou lucro líquido de R$ 353,5 milhões, um avanço de 285,5% em relação ao mesmo período de 2024, impulsionado por ganhos de eficiência e por eventos não recorrentes. Trata-se do maior resultado para esse período de toda a história da companhia.

No terceiro trimestre, o bottom line atingiu R$ 287,5 milhões, alta de R$ 249,8 milhões – sete vezes mais do que o valor registrado no mesmo período do ano anterior.

O resultado foi ajudado pelo recebimento de uma indenização da Petrobras pelo término do arrendamento de uma usina termoelétrica. 

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Karla Maciel, CEO da Emae

Para a CEO da Emae, Karla Maciel, esses números demonstram um olhar firme sobre o futuro da empresa e o seu papel no auxílio da transição energética do Brasil.

A receita líquida consolidada da Emae somou R$ 462,3 milhões nos nove meses, permanecendo estável em relação ao ano anterior, enquanto custos e despesas recuaram 14,4%. 

Já o EBITDA ajustado cresceu 55,1%, alcançando R$ 167,2 milhões e chegando a uma margem de 41,1%. 

Ao fim de setembro, a posição de caixa e equivalentes totalizava R$ 495,3 milhões, sendo R$ 243,9 milhões em caixa e R$ 251,4 milhões em aplicações financeiras, evidenciando a robustez e a capacidade de investimento da companhia.

Segundo a CEO, o período marca o primeiro ano completo sob gestão privada e os resultados refletem uma companhia mais moderna, ágil e inovadora. 

“O avanço é resultado de um trabalho coletivo, guiado por uma gestão responsável, muito planejamento e investimento contínuo em tecnologia e sustentabilidade, bem como um olhar atento para as oportunidades de novos negócios. Temos muito pela frente e estamos preparados,” disse Karla. 

Para completar, o ano de 2025 também foi marcado pelo reconhecimento da Fitch Ratings da solidez da Emae.

A agência de rating atribuiu, pela primeira vez, a nota AAA no rating nacional, com perspectiva estável – posicionando a companhia como uma das mais sólidas do setor elétrico brasileiro.

Outros resultados consolidaram 2025 como um ano emblemático para a empresa. Em agosto, a empresa venceu o Leilão de Energia Nova A-5 da ANEEL, com o projeto da pequena central hidrelétrica (PCH) Edgard de Souza, em Santana de Parnaíba, às margens do rio Tietê.

Segundo Karla, trata-se de um empreendimento que une tradição, engenharia e sustentabilidade.

Com investimento de R$ 215 milhões, a usina contará com capacidade instalada de 18 MW, distribuída em três unidades geradoras de 6 MW cada, e garantia física de 13,4 MWm.

A energia foi contratada a R$ 402,95/MWh, com deságio de apenas 2% em relação ao preço-teto, garantindo uma das maiores remunerações do leilão. 

Durante a construção, o projeto deve gerar mais de 300 empregos diretos e 650 indiretos, além de energia suficiente para abastecer mais de 65 mil residências por 20 anos. 

A PCH aproveitará a estrutura da barragem centenária erguida em 1901, dispensando grandes intervenções civis e reduzindo significativamente o impacto ambiental.

No campo técnico, a Emae manteve 100% das licenças de operação regularizadas, atingindo 99,6% de disponibilidade na Usina Henry Borden, o maior índice da sua história. Isso fez com que a empresa superasse a meta regulatória de 89,87% contribuindo efetivamente para a segurança energética nacional.

Para completar, a Emae registrou o menor índice de manutenção forçada em cinco anos. Para a CEO, os resultados demonstram eficiência e amadurecimento organizacional.

Essas conquistas se somam às novas frentes de crescimento da Emae, que preparam a companhia para um portfólio mais diversificado. 

Entre os destaques estão as Usinas Solares Flutuantes, com 130 MW de potência total e R$ 800 milhões de investimento; o projeto de eletromobilidade, que prevê 30 pontos de recarga para ônibus elétricos alimentados por energia solar e baterias (BESS); a UTE São Paulo, termelétrica a gás natural em parceria com a EDGE S.A. (Compass/Cosan), com 400 MW de potência e investimento de R$ 1,5 bilhão; além dos estudos para usinas reversíveis e armazenamento de energia.

Segundo a CEO, todas essas frentes reforçam o compromisso da Emae com fontes renováveis e modernização de unidades geradoras, “elevando a confiabilidade e segurança do sistema energético brasileiro.”

“Estamos preparados para crescer com responsabilidade, aliando inovação, rentabilidade e compromisso ambiental. Nossa missão é continuar entregando valor para os investidores e para toda a sociedade,” disse a executiva. 

De uma empresa centenária, surge hoje uma organização preparada para os próximos 100 anos – mais eficiente, sustentável e comprometida com o desenvolvimento do Brasil.

 

Em destaque a Usina Henry Borden.

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