Os papéis da CPFL Energia foram impulsionados pelos bons resultados operacionais da empresa e tiveram uma alta de 30% nos últimos 12 meses – bem melhor que os 6% do Ibovespa no período.
Mas depois desse salto expressivo, o Bradesco BBI está retirando a recomendação de compra para as ações da companhia de geração e distribuição, adotando uma recomendação “neutra”.
“O downgrade reflete nossa visão de risco/retorno,” dizem os analistas Francisco Navarrete, João Fagundes e André Silveira. “No preço atual, a CPFL negocia a uma TIR relativamente apertada de 8,5%.”
De acordo com os analistas, há papéis mais baratos e com maior potencial de alta – e que devem se beneficiar do esperado ciclo de corte de juros no próximo ano.
No universo de utilities, o banco prefere Sabesp e Cemig, duas candidatas à privatização, e também a Energisa – segundo os analistas, uma empresa de alta qualidade que negocia a 6,8x o EBITDA do ano que vem e a 14x o lucro.
Ainda assim, o Bradesco BBI fixou o preço-alvo de R$ 40 para a CPFL ao final de 2023, o que implica um upside de 17% em relação ao preço de tela.
Do ponto de vista do pagamento de dividendos, a CPFL, controlada pela chinesa State Grid, mantém-se numa situação confortável: a companhia tem baixa alavancagem e sólida geração de caixa no longo prazo. O yield previsto supera 11% para o próximo ano.
“Entre os papéis pagadores de dividendos, vemos a CPFL como uma opção atraente, melhor do que Taesa e CTEEP,” escrevem os analistas.
O EBITDA deve fechar este ano em R$ 6 bilhões e alcançar R$ 6,3 bilhões em 2023.
A State Grid, considerada a maior empresa de utility do mundo, assumiu o controle acionário da CPFL em 2017, comprando a participação da Camargo Corrêa e dos fundos de pensão Previ, Fundação Cesp, Sabesprev, Sistel e Petros.