A volatilidade das ações de empresas ligadas à inteligência artificial não deveria assustar os investidores. 

Pelo contrário, na visão do UBS. 

“Quem ainda não tem a devida exposição a IA deveria aproveitar as oscilações de mercado para montar posições estratégicas,” disse Sundeep Gantori, o CIO de equity strategy do banco suíço.

“A recente desvalorização das Big Techs significa que a relação risco-retorno melhorou,” o executivo disse na sexta-feira, numa apresentação para clientes brasileiros à qual o Brazil Journal teve acesso. 

Para Gantori, a melhor maneira de investir em IA hoje é comprar ações de empresas em dois setores: semicondutores e softwares. 

O primeiro é cíclico e deve continuar volátil em meio às dúvidas sobre o comércio global – mas pode entregar ganhos maiores. O segundo gera receitas recorrentes e, por isso, é mais defensivo. 

“Como num jogo de futebol, precisamos de atacantes e da defesa,” disse ele. “Pode parecer boring, mas boring is beautiful nesse mercado volátil.”

Segundo Gantori, ambos os setores têm companhias com pricing power e margens operacionais elevadas, entre 35% e 40%. 

Ele também acredita que ainda vale a pena investir em papéis de empresas de IA na China, porque há inovação saindo de lá e a regulação do governo tem sido favorável. 

O risco é haver uma escalada nas barreiras comerciais por parte dos Estados Unidos – por isso, ele recomenda uma exposição em ações chinesas de no máximo 5% do portfólio total dedicado à inteligência artificial. 

O executivo lembrou que os investimentos em IA superam os lucros gerados por essa tecnologia na maioria das empresas – mas diz que isso é normal no estágio atual de desenvolvimento da tecnologia. 

“Os lucros virão em 2027 ou depois disso. A boa notícia é que as companhias já passaram por isso no passado, ao investir em cloud. O breakeven levou nove anos. E estamos apenas no terceiro ano de IA”, disse.

“É importante investir agora para ganhar escala e conseguir monetizar no futuro.”