O Bitcoin disparou agora há pouco depois que a SEC fez um post em sua conta no X (o antigo Twitter) dizendo que havia (finalmente) aprovado a criação de ETFs de Bitcoin.
O problema: a conta da SEC havia sido hackeada, e era tudo fake news.
A disparada no preço durou pouco, mas deve ter sido suficiente para alguém ganhar muito dinheiro com o trade.
Não foi hoje, mas a expectativa no mercado é que a SEC aprove ainda esta semana a criação dos ETFs de Bitcoin — colocando fim a uma espera que já dura anos.
Em 2021, a agência reguladora já havia aprovado os ETFs de futuros de Bitcoin — mas até agora resiste a aprovar os ETFs do spot da criptomoeda.
O argumento é que não existe um ambiente neutro de sinalização de preços do Bitcoin. Em bom português: a SEC considera que não há nenhuma exchange em que ela possa confiar 100% para servir de referência.
A negativa da SEC criou uma briga que foi parar na Justiça em meados do ano passado, depois que dezenas de gestoras registraram pedidos para criar seus ETFs.
A expectativa pela aprovação da SEC é tamanha que, na semana passada, essas gestoras já começaram a enviar filings detalhando o fee que pretendem cobrar nesses produtos, segundo a Barron’s.
A Fidelity, por exemplo, disse que pretende cobrar 0,39% de taxa de administração para seu ETF Wise Origin Bitcoin Fund. A Invesco e a Galaxy, que querem lançar juntos o Invesco Galaxy Bitcoin ETF, pretendem cobrar 0,59%.
A expectativa de aprovação do ETF de Bitcoin impulsionou a cotação da criptomoeda nos últimos meses, com muitos investidores prevendo que a liberação possa atrair um novo perfil de investidor para este mercado, turbinando a demanda pela criptomoeda.
A crença do mercado de que a aprovação é apenas questão de tempo também tem elevado as cotas de alguns fundos fechados de Bitcoin, como o Grayscale Bitcoin Trust (GBTS) e o Grayscale Ethereum Trust (ETHE), ambos geridos pela Galaxy, a gestora do bilionário Mike Novogratz, um ex-trader da Goldman Sachs.
Um ano atrás, esses fundos negociavam com um desconto de cerca de 40% em relação ao preço do Bitcoin — parte pelos fees altos de um fundo fechado, e parte pelos riscos de governança da gestora.
Com a expectativa de converter esses fundos em ETFs, esse gap foi fechando gradativamente e hoje já está na faixa dos 6% — um número que tende a convergir para zero.