De acordo com a Bloomberg, a SABMiller rejeitou uma oferta informal da Anheuser-Busch InBev (ABI) como sendo insuficiente.
A proposta inicial, feita na semana passada, foi de pouco mais de 40 libras por ação, mas a cervejaria sulafricana quer um cheque na faixa de 45 libras por ação.
Neste preço, a SABMiller seria vendida por 73 bilhões de libras, ou 110 bilhões de dólares.
Gestores brasileiros consideram difícil julgar se este preço seria ‘caro’ ou ‘barato’ porque a capacidade da transação de gerar valor para os acionistas da ABI depende de uma série de variáveis desconhecidas, como a estrutura da oferta (qual a parte em dinheiro e em ações) e quanto a ‘ABI-SAB’ levantaria com os desinvestimentos que teria que fazer.
Uma primeira oferta que acaba rejeitada também foi parte do roteiro quando a InBev fez sua oferta pela Anheuser-Busch, a transação anterior arquitetada pelos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. (Em 11 de junho de 2008, em sua primeira carta à Anheuser-Busch, a InBev ofereceu 65 dólares por ação. Quinze dias depois, recebeu um ‘Não’ formal. Até que, em 11 de julho, a InBev aumentou a oferta para 70 dólares — e o resto virou história.)
Em Londres, a notícia da Bloomberg derrubou as ações da SABMiller em cerca de 3% por aventar a possibilidade de que a ABI desista de fazer uma oferta. As ações da ABI caem marginalmente antes da abertura da Bolsa de Nova York, talvez indicando que o mercado ainda acredita num bom negócio, mesmo a um preço mais alto.
Pelas regras do UK Takeover Panel, a ABI tem até o dia 14 de outubro para fazer uma oferta ou anunciar que não pretende prosseguir, mas a SABMiller também pode pedir aos reguladores uma prorrogação do prazo.