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A palavra fintech mal era usada quando os irmãos Diego e Piero Contezini decidiram fundar o Asaas no dia 8 de setembro de 2010 na cidade de Joinville.
Estimulados pelo pai, um técnico da Sharp, os irmãos, desde cedo, desenvolveram uma veia empreendedora e mantinham-se atentos aos avanços tecnológicos da época.
Naquele período, identificaram que muitas pequenas e médias empresas enfrentavam dificuldades com o controle financeiro e a gestão de cobranças, além de perderem muito tempo com tarefas como pagamentos e recebimentos. A proposta foi desenvolver uma solução com automação, segura e escalável, capaz de simplificar esses processos e permitir que os empreendedores focassem no crescimento dos seus negócios.
Resultado: o tempo de recebimento caiu de 18 dias por mês para apenas cinco minutos por dia.
Não à toa, quinze anos depois, o Asaas se tornou uma das maiores plataformas financeiras do País, com mais de 220 mil clientes ativos e R$ 500 milhões em receita recorrente anual (ARR).
Além da solução para emissão de boletos e cobranças, o Asaas se tornou uma plataforma completa de gestão financeira com soluções como PIX, conta digital, cartão de crédito, antecipação de recebíveis e emissão de notas fiscais.
Segundo Diego, as soluções impactaram diretamente na redução da mortalidade das PMEs atendidas pelo Asaas. Enquanto a taxa de sobrevivência de pequenas empresas é de 56% no período entre 12 e 36 meses, o percentual dos clientes que utilizam o Asaas chega a 78%.
“Acreditamos que esse número pode crescer ainda mais à medida que mais empresas adotem tecnologias que simplificam a gestão financeira, permitindo que os empresários foquem no crescimento do negócio com mais segurança e eficiência,” disse o CEO e fundador da companhia.
Ou seja, o Asaas deixou de ser apenas uma fintech de gestão de recebimento para se tornar uma plataforma financeira e operacional para PMEs brasileiras.
Desde 2020, a empresa praticamente dobrou de tamanho a cada ano. Em 2024, registrou R$ 43,5 bilhões em TPV, enquanto a receita bruta disparou 54%, a R$ 339,5 milhões. A empresa também registrou um bottom line de R$ 11,5 milhões, passando a operar no azul.
Com números crescendo ano após ano, o Asaas chamou a atenção de diversos investidores. Desde a sua fundação, foram captados mais de R$ 1 bilhão em investimentos.
Em 2024 a empresa fez a sua Série C e levantou a maior rodada da América Latina no ano: R$ 820 milhões em um investimento liderado pela BOND Capital, a gestora americana da estrelada Mary Meeker, e que também contou com a participação do SoftBank.
Em 2025, mais um grande investidor chegou ao captable: a Vivo Ventures entrou como investidor estratégico, numa oferta secundária, adquirindo parte da posição do fundo Parallax, com um cheque de R$ 35 milhões no Asaas, o maior que o braço de CVC da operadora fez em toda a sua história.
“É uma oportunidade concreta de gerar valor, integrando soluções e ampliando o acesso de empresários a ferramentas que impulsionam o crescimento com estrutura e eficiência,” disse Diego sobre a entrada da Vivo, que atende 1,7 milhão de PMEs. Também em 2025, o Asaas conquistou a nota AAA da S&P Global Ratings em seu terceiro FIDC. A empresa captou R$ 100 milhões para ampliar a oferta de crédito e de antecipação de recebíveis.
Isso só foi possível porque a empresa consolidou sua posição institucional. Em 2021, por exemplo, o Asaas tornou-se a 31ª Instituição de Pagamento autorizada pelo Banco Central e obteve licença para atuar como Sociedade de Crédito Direto (SCD).
O Asaas pretende seguir dobrando de tamanho por ano até 2027. Ou seja, a meta é chegar a uma receita de R$ 1 bilhão em 2026 e chegar a R$ 2 bilhões no ano seguinte. Segundo Diego, com esse porte, o Asaas deve executar a estratégia de IPO e criar mais uma oportunidade para dar liquidez aos acionistas.
Hoje, o Asaas tem 900 funcionários e deve chegar a 1.000 ainda em 2025. Boa parte dessas contratações deve acontecer em todo o País, já que a empresa atua no formato anywhere office.
Mas além do crescimento orgânico, o Asaas deve continuar apostando no crescimento do seu portfólio de produtos. A empresa fez três aquisições nos últimos anos e sempre com esse mesmo foco. O Ian, por exemplo, é a solução de inteligência artificial desenvolvida após a aquisição da companhia Nexinvoice, que permite às empresas fazerem cobranças, pagarem faturas e até gerarem insights de despesas financeiras diretamente pelo WhatsApp.
“Nosso olhar está voltado para movimentos que ampliem nosso alcance de forma sustentável, respeitando nossa essência e compromisso com a eficiência, inovação e impacto positivo para as empresas brasileiras,” disse Diego.
A empresa também vem apostando no conteúdo para elevar o conhecimento dos seus clientes. Para isso, criou o Asaas Connect, evento que reúne grandes nomes do mercado de tecnologia e negócios que, em 2024, reuniu mais de 2 mil pessoas em São Paulo.
Uma nova edição está prevista para o dia 9 de outubro de 2025, em São Paulo, no Transamérica Expo Center, e a expectativa é receber cerca de 3 mil pessoas, entre profissionais de tecnologia e finanças, e líderes empresariais e fundadores de startups.
“Agora, é seguir desta forma, aprimorando a experiência do cliente e garantindo a sustentabilidade da expansão, caminhando para o IPO que chegará em breve,” disse o fundador e CEO.