O Santander iniciou hoje a cobertura de Mills com recomendação de ‘compra’ e preço-alvo de R$ 18 — um potencial de alta de 63% em relação ao preço de tela.
O banco disse que sua visão construtiva para a empresa se sustenta em três pilares.
O primeiro é um crescimento de longo prazo “considerável” do mercado core da Mills: a locação de plataformas aéreas para grandes empresas. Para o Santander, a Mills deve fortalecer sua posição dominante nesse mercado — hoje ela já tem um market share de 30%, 5x maior que o do segundo player — e expandir sua penetração.
O banco disse que o Brasil ainda tem muito espaço para aumentar a penetração dessas plataformas com a profissionalização das empresas de construção e um padrão de segurança do trabalho mais elevado.
Hoje, o Brasil tem uma penetração de 16 plataformas para cada 100 mil habitantes, enquanto em países desenvolvidos a média é de 137 plataformas para cada 100 mil pessoas.
O segundo pilar é o crescimento na vertical de tratores e retroescavadeiras, na qual a Mills entrou ano passado com a aquisição da Triengel.
“Vemos um mercado substancialmente maior [nessa vertical], onde a Mills poderá mostrar ao longo do tempo quão rentável ele pode ser,” escreveram os analistas Lucas Barbosa, Lucas Esteves e Gabriel Tinem.
Os analistas notam que a rentabilidade desse mercado ainda não está clara e vai depender do valor residual dos ativos. Mas o mercado endereçável é enorme: existem mais de 250 mil tratores e escavadeiras no Brasil, das quais só 25% estão nas mãos de empresas de aluguel (e boa parte companhias pequenas).
A estratégia da Mills nesse mercado é fechar contratos de aluguel de longo prazo e vender os ativos depois de cinco a sete anos de uso.
O terceiro pilar é uma combinação de ‘value’ e ‘growth’. Nas contas do Santander, a Mills negocia a um PEG Ratio — a divisão do P/L pelo crescimento estimado para os próximos 3 anos — de 0,2x, abaixo de players do setor como a Vamos e a Localiza, que negociam a 0,5x e 0,4x, respectivamente.
O Santander disse ainda que vê a Mills negociando a 11x o lucro estimado para este ano, um desconto de 21% em relação aos peers locais do setor, que negociam, em média, a 13,8x.
A projeção do Santander é que o lucro por ação da Mills cresça nos próximos três anos a uma taxa média anual de 45%.