Um novo teste para o Mal de Alzheimer promete tornar o diagnóstico mais simples, barato e disponível em larga escala — uma das poucas vitórias da ciência contra uma doença que aflige mais de 30 milhões de pessoas no mundo e deve mais que dobrar até 2050, com o envelhecimento da população.
As informações são do The New York Times.
O novo teste de sangue foi desenvolvido pela Eli Lilly e mede uma forma da proteína tau encontrada numa massa que se espalha nos cérebros com Alzheimer. O exame poderá substituir outros métodos bem mais invasivos como o PET Scan (um tipo de tomografia) e o exame de Líquor, que injeta uma agulha na coluna vertebral do paciente para coletar o líquido cefalorraquiano (que é produzido pelo cérebro e fica concentrado na coluna).
Segundo o NYT, o novo teste estará disponível para uso clínico em dois ou três anos e pode acelerar a pesquisa de uma cura, que hoje depende de estudos clínicos que duram anos e demandam investimentos milionários.
Além de mais rápido e barato, o exame consegue identificar sinais da doença degenerativa em pessoas que tenham a mutação genética que causa o Alzheimer até 20 anos antes da idade em que se espera que elas comecem a apresentar os sintomas.
O teste também consegue determinar se uma pessoa com problemas cognitivos está com Alzheimer ou sofrendo de outro tipo de demência, que demandaria um tratamento diferente.
Até agora, o novo teste passou por três estudos clínicos envolvendo mais de 1,4 mil pessoas: um na Suécia, outro na Colômbia e um terceiro nos Estados Unidos. A capacidade de detecção foi superior à dos testes MRI (de ressonância magnética); igual à do PET Scan e do exame de Líquor; e quase tão eficaz quanto à do melhor método de diagnóstico: a autópsia que encontra evidências de Alzheimer no cérebro de pessoas mortas.
As descobertas foram publicadas ontem num artigo na revista científica JAMA, apresentadas durante uma conferência online da Associação Internacional de Alzheimer.
Apesar de não ser uma cura nem um tratamento, o novo teste está sendo celebrado com entusiasmo pela comunidade científica, que descreveu a descoberta como “um sopro de esperança” numa área que tem avançado pouco nos últimos anos.
O funding para o estudo veio de inúmeras agências governamentais e fundações privadas na Suécia e Estados Unidos — mais uma prova de que a ciência é produto de um esforço coletivo.
Abaixo, a lista dos apoiadores publicada pela JAMA:
Swedish Research Council, the Knut and Alice Wallenberg Foundation, Region Skåne, the Marianne and Marcus Wallenberg Foundation, the Strategic Research Area MultiPark (Multidisciplinary Research in Parkinson’s disease) at Lund University, the Swedish Alzheimer Foundation, the Swedish Brain Foundation, The Parkinson Foundation of Sweden, The Parkinson Research Foundation, the Skåne University Hospital Foundation, the Greta and Johan Kock Foundation, the Swedish federal government under the ALF agreement, the NIH Office of the Director, the Alzheimer’s Association, the Massachusetts General Hospital Executive Committee on Research, the National Institute of Neurological Disorders and Stroke, National Institute on Aging, the Arizona Department of Health Services, the Michael J. Fox Foundation for Parkinson’s Research, Banner Alzheimer’s Foundation, Sun Health Foundation, the State of Arizona, and Eli Lilly and Company. Eli Lilly and Company provided material support for P-tau217 sample analysis and salary for Dr Chai, Mr Proctor, and Dr Dage. The precursor of 18F-flutemetamol was provided by GE Healthcare and the precursor of 18F-RO948 was provided by Roche.