Não é pelos R$ 9,18. É pela indignidade da coisa toda.
No dia em que a ação PN da Petrobras fechou a preço de lojinha de importados chineses, foi marcado para amanhã um ‘faxinaço’ em frente a escritórios da empresa em seis capitais brasileiras e em Houston, no Texas. (veja os locais abaixo)
“Traga baldes, vassouras e rodos! Vamos acabar com essa sujeira!” diz o convite para o evento. “Protestaremos pelo fim da corrupção, por uma gestão profissional e fim do uso político para indicação nos cargos administrativos.”
“Tem muitos funcionários da empresa dizendo para conhecidos que adorariam estar lá na manifestação, mas que têm medo de represálias,” disse uma pessoa próxima à organização do evento, que está sendo marcado pelo Facebook.
A ação entrou em leilão na Bovespa pelo menos duas vezes no pregão de hoje — o que acontece quanto a queda é muito abrupta.
No mercado, chama a atenção a incapacidade do Governo de reagir ao derretimento da ação, cada vez mais avassalador. O Palácio do Planalto, pela primeira vez, parece estar deixando o mercado determinar o preço de alguma coisa no País — em vez de ditar o preço de cima para baixo.
Os focos de incerteza sobre o futuro da estatal incluem o tamanho do impairment (reconhecimento de perda no valor dos ativos) que terá que ser feito no balanço, o timing da publicação do balanço auditado, a continuidade da atual gestão, e o efeito da desvalorização cambial sobre o endividamento da empresa.
A “destruição da Petrobras”, antes uma figura de linguagem, cada dia se materializa mais como um evento concreto, surreal e com uma dinâmica própria.