O Banco Inter acaba de lançar uma solução que vai permitir a negociação direta de criptomoedas em sua plataforma de investimentos — um movimento que busca fidelizar e atrair novos clientes num momento em que o Bitcoin ensaia uma recuperação.
Depois de despencar para US$ 16 mil em dezembro, a criptomoeda negocia hoje ao redor de US$ 30 mil, subindo mais de 80% no ano. O high foi em novembro de 2021, quando a criptomoeda bateu em US$ 64 mil.
Num primeiro momento, o Inter está lançando a ferramenta para um grupo selecionado de clientes, que poderão comprar e vender Bitcoin, Ethereum, Tether, Litecoin e Ripple.
A expectativa é que até o fim do mês que vem o serviço esteja disponível para todos os 26 milhões de clientes do banco.
Até agora, o Inter oferecia o investimento em cripto apenas via fundos, como os da Vitreo e da Hashdex.
Com a negociação direta, o objetivo é atrair e concentrar em seu aplicativo clientes do banco que já negociam criptos em outras instituições ou exchanges, Felipe Bottino, o diretor da Inter Invest, disse ao Brazil Journal.
Segundo a Receita Federal, mais de 2 milhões de brasileiros registraram operações de ativos digitais em abril.
A solução do Inter vem um ano depois do Nubank lançar a sua plataforma de negociação de criptomoedas, a NuCripto, que começou apenas com a negociação de Bitcoin e Ethereum. No primeiro trimestre deste ano, o Nubank disse que 1,4 milhão de clientes já eram usuários ativos da NuCripto.
A XP e o BTG também já tem suas plataformas próprias de negociação de criptomoedas, assim como a Revolut, a fintech britânica que entrou em maio no Brasil.
Segundo Bottino, no entanto, “nesse segmento não é uma vantagem ser os primeiros. Nosso principal foco é evitar o risco desnecessário e o risco de cauda para os nossos clientes.”
O executivo diz que a ideia estava sendo estudada há quase 3 anos, mas só agora o banco avaliou que o mercado brasileiro alcançou um nível de maturidade suficiente para lidar com ativos tão voláteis. Em um segundo momento, o objetivo do banco é trabalhar também com produtos “tokenizados”.
A infraestrutura para a negociação das criptomoedas é da B3 Digitas, o braço de ativos digitais da B3 criado no começo do ano passado. A parceria com o Inter é a primeira da B3 Digitas com uma instituição financeira.
Além da ferramenta de compra e venda, a empresa fornece serviços de verificação de existência e titularidade de ativos negociados em ambiente digital.