Usando inteligência artificial, pesquisadores da Microsoft e do Pacific Northwest National Laboratory (PNNL) conseguiram descobrir uma substância que pode resultar em uma bateria potente e que utiliza 70% menos lítio do que as produzidas atualmente.
A descoberta – que pode revolucionar o mercado de baterias e é um exemplo do potencial disruptivo da inteligência artificial para a inovação em diversas indústrias – foi como encontrar uma agulha dentro de um palheiro.
A Microsoft analisou 32,6 milhões de materiais inorgânicos que poderiam ser sintetizados. Desse montante, chegou a 500 mil que eram vistos como estáveis. Depois, por meio de análises de dinâmica molecular, o número caiu para 150.
Por fim, foram analisadas características como disponibilidade de elementos e custo, chegando a um pool de 18 candidatos.
O detalhe que mais chama a atenção: tudo isso em menos de nove meses. Nathan Baker, o product leader do Azure Quantum Elements da Microsoft, disse no blog da Microsoft que, sem o uso da IA, a descoberta “envolveria cálculos de computação e alto desempenho (HPC) demorados e experimentação laboratorial cara que levariam várias vidas para serem concluídos.”
Após chegar aos 18 componentes finalistas, os cientistas do PNNL entraram em campo com novos parâmetros de triagem e chegaram a um potencial candidato de eletrólito, uma solução que é capaz de conduzir eletricidade.
Nos testes, realizados em uma variedade de temperaturas, o composto mostrou uma boa condutividade – mesmo em um estado sólido.
Segundo Baker, isso é importante porque as baterias sólidas são consideradas mais seguras do que as tradicionais baterias de lítio, que são líquidas ou gelatinosas.
A substância encontrada pelos cientistas possui sódio na composição e 70% menos lítio. (Muito mais abundante no planeta, o sódio tem sido pesquisado como uma alternativa ao lítio no processo de armazenamento de energia).
Como toda pesquisa, ainda há vários passos antes da descoberta ser considerada viável e aplicável em grande escala.
Mas para Baker, todo esse processo vai muito além de uma nova bateria.
Segundo ele, a combinação da expertise científica com a IA e a computação quântica pode resultar em uma nova era, e agora é possível “comprimir 250 anos de inovação na área nos próximos 25.”