Apesar de um PIB que continua em banho-maria, o Magazine Luiza aumentou seu faturamento em 26% no segundo trimestre, marcando o sexto trimestre consecutivo de expansão de vendas a taxas crescentes (grifo nosso).
 
De abril a junho, a companhia também gerou o maior lucro trimestral de sua história — R$ 72 milhões — validando a estratégia do CEO Frederico Trajano de transformar uma das mais tradicionais varejistas do País numa máquina cada vez mais azeitada de comércio eletrônico.
 
10142 99f132f6 2295 0149 0297 595eda65f584As vendas no ecommerce cresceram 55% no trimestre — números dignos de uma startup.  Foi o segundo trimestre consecutivo de crescimento do ecommerce a uma taxa superior a 50%.  Com esta performance, o ecommerce respondeu por 28% do faturamento da Luiza no segundo trimestre, comparado a 23% no mesmo período do ano passado. 
 
Os avanços que a companhia fez em seu capital de giro foram tão notáveis quanto os do ecommerce.
 
O giro dos estoques melhorou de 80 dias no 2T16 para 69 dias no 2T17, e o prazo médio de compras melhorou de 86 dias no 2T16 para 91 dias no 2T17. Tudo isso — somado a uma redução na conta de impostos a recuperar de mais de R$ 100 milhões no último ano — reduziu a necessidade de capital de giro ajustado da Luiza em R$ 515,8 milhões nos últimos 12 meses.
 
O management da companhia resumiu assim o trimestre: “Além de alcançar um forte crescimento em vendas, preservamos a nossa margem bruta nos canais, diluímos as despesas operacionais e financeiras, multiplicamos o lucro líquido, otimizamos nosso capital de giro, aumentamos os investimentos em tecnologia e reduzimos nosso endividamento.”
 
Apesar do sucesso do e-commerce, as lojas físicas não fizeram feio e continuaram crescendo a uma taxa de dois dígitos:  os 12% de crescimento no primeiro trimestre aceleraram para 15% no segundo.
 
A Luiza disse que ganhou participação de mercado “nas principais categorias de produtos”, mas sublinhou a força do Nordeste e das lojas virtuais (em que o consumidor escolhe o produto num tablet, com um showroom limitado), bem como as vendas de smart TVs e smartphones. 
 
A companhia inaugurou 12 novas lojas no trimestre e 27 lojas nos últimos doze meses, totalizando 814 pontos de venda em 16 estados.
 
Além do papel central da tecnologia no trimestre, o management reconheceu um ambiente de negócios mais benigno, com os concorrentes adotando “políticas de preço mais racionais”. 
 
“Além disso, há uma percepção de que o setor deve passar por um processo de consolidação, uma vez que pequenas e médias empresas continuam fragilizadas pela dificuldade de abastecer seus estoques e obter crédito para financiar seus clientes.”
 
A dúvida do mercado agora é se o Magazine vai retomar o plano de uma oferta de ações de R$ 1 bilhão, suspenso há algumas semanas.  Se por um lado uma oferta deixaria a ação mais líquida, atraindo uma nova base de investidores e até colocando a ação em índices, por outro, a performance do Magazine permite, no limite, que a companhia financie seu crescimento com sua própria geração de caixa.
 
A dívida líquida da empresa caiu de 2x sua geração de caixa há um ano para 0,6x agora.
 
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