A Heinz, sinônimo de ketchup, e a Kraft, berço do cream cheese Philadelphia, anunciaram uma fusão, formando a quinta maior empresa de alimentos e bebidas do mundo numa transação que repete a dobradinha entre Warren Buffett e os brasileiros da 3G Capital, controladores da Ambev.
A Berkshire Hathaway, de Buffett, e a 3G, dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, vão injetar 10 bilhões de dólares na nova empresa, que será chamada The Kraft Heinz Company e terá um faturamento de 28 bilhões de dólares.
A companhia terá oito marcas que valem mais de 1 bilhão de dólares cada, e outras cinco que valem entre 500 milhões e 1 bilhão de dólares.
No fechamento de ontem, o valor da Kraft — somando seu valor de mercado e sua dívida — era de 45 bilhões de dólares.
A ação subiu 15% ontem à noite, depois que o The Wall Street Journal noticiou que a 3G estava ‘comprando a Kraft’.
Os acionistas da Kraft receberão um dividendo de 16,50 dólares e, em seu conjunto, terão 49% da nova empresa. Os acionistas da Heinz — Buffett e a 3G — terão 51%.
Buffett disse no press release: “Este é o meu tipo de transação, unindo duas empresas de classe mundial e entregando valor ao acionista. Estou animado com as oportunidades que esta nova organização vai encontrar.”
As ações da Kraft sobem 35% antes da abertura do pregão em Nova York nesta quarta-feira, mostrando que a transação gera valor imediato para os acionistas.
A beleza da estrutura da transação, o uso da Heinz como plataforma de M&As de marcas globais, e a relistagem em Bolsa da Heinz devem sedimentar mais ainda — se isto for possível — a reputação da 3G Capital como o investidor com a melhor combinação de estratégia e execução no capitalismo mundial.
O banco de investimentos Lazard foi o assessor exclusivo da Heinz, que usou os advogados da Cravath, Swaine & Moore e da Kirkland and Ellis. O banco Centerview Partners LLC foi o assessor exclusivo da Kraft, e o escritório Sullivan & Cromwell foi o assessor jurídico.