Para se ter uma ideia do que isso significa, em todo o ano passado, o total de lojas fechadas foi de 105 milhões de pés quadrados, um recorde na história do varejo americano.
Os dados — da consultoria CoStar e publicados pela Bloomberg Businessweek — mostram que o crescimento do ecommerce ainda está causando deslocamentos tectônicos no varejo tradicional, deixando muitos ‘malls’ americanos vazios e depreciando o valor de imóveis comerciais.
Na crise de 2008, o ano mais tenebroso da história econômica recente, os EUA fecharam 87,3 milhões de pés quadrados.
Talvez o fechamento de lojas doa mais na América por uma questão de escala: os EUA têm a maior metragem de imóveis comerciais do mundo. São 24 pés quadrados por habitante, segundo a Green Street Advisors.
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Enquanto isso, no Brasil…
Se não quiserem ir no mesmo caminho de seus pares americanos, os shoppings centers têm que injetar mais tecnologia no seu negócio.
Uma pesquisa da SPOT, empresa de inteligência para shoppings, descobriu que 89% dos shoppings brasileiros não respondem ao seus clientes no Facebook, apenas 9% têm um clube de vantagens, e só 2,5% usam os dados que possuem sobre seus clientes para fazer recomendações de compra ou promoções.
“Quando os shoppings nasceram, eles eram uma ruptura com o comércio de rua, com ambiente climatizado, segurança e mix planejado,” diz Raphael Carvalho, fundador da SPOT. “Mas hoje, o padrão de prestação de serviço é a Amazon Go — que acabou com o atrito no processo de compra — e a Farfetch, que adequa o ‘user experience’ de acordo com o produto que você está procurando. Enquanto isso, os shoppings estão parados nos anos 80.”
Parte do problema é que o setor de shoppings sempre se guiou mais por decisões imobiliárias do que por estratégias de varejo. Pelo jeito, novos tempos exigirão novas atitudes.