A Westwing acaba de comprar a Zarpo Viagens, uma transação que marca a entrada do ecommerce de produtos para casa e decoração num novo segmento e aumenta seu mercado endereçável.

O valor da aquisição não foi revelado.

11685 ea835c6d a911 685d 7837 61ac928efae4A Zarpo — uma agência online de viagens — teve um GMV de R$ 115 milhões ano passado e de R$ 160 milhões em 2019, o ano pré-pandemia. Para efeito de comparação, o GMV da Westwing foi de R$ 372 milhões em 2020. 

O CEO da Westwing, Andres Mutschler, disse ao Brazil Journal que um dos atrativos da Zarpo é que ela trabalha apenas com hotéis selecionados, o mesmo modelo de negócios baseado em curadoria que a Westwing. 

“Além disso, eles também têm uma lógica de oferecer preços imbatíveis nos hotéis e focar muito no atendimento,” disse ele. 

A entrada em novas categorias também é um dos quatro pilares de crescimento que a companhia prometeu aos investidores no IPO. Os outros três eram o crescimento do seu core business — as campanhas rápidas de casa e decoração — a abertura de lojas físicas e aumentar a penetração de suas marcas próprias, que já respondem por 20% das vendas.

A Westwing tem uma loja em São Paulo e planeja abrir outras 15 até o fim do ano que vem. 

A companhia está comprando a Zarpo dos três fundadores — os franceses Alexis Manach, Eloi Déchery e Numa Sales de Paiva, que já não estavam mais no dia a dia da operação — além da gestora KPTL Capital e investidores-anjo. O management vai continuar na operação após a compra. 

A aquisição — a primeira da história da Westwing — vem num momento em que o mercado especula sobre a iminência de movimentos de consolidação entre os players de ecommerce nichados, como a própria Westwing, a Mobly e a Enjoei. 

A ação da WestWing, que saiu a R$ 13 no IPO em fevereiro, hoje negocia a R$ 5,50, dando à empresa um valor de mercado de R$ 600 milhões.

Com uma experiência similar à navegação de uma rede social, a Westwing tem um negócio baseado em campanhas diárias de produtos de casa e decoração que o CEO chamou de “uma revista comprável”. O modelo permite operar sem estoque: a empresa só compra dos fornecedores aquilo que for vendido nas campanhas. 

A companhia tem 9 milhões de usuários cadastrados e cerca de 330 mil compradores ativos que navegam seu site e app em média 40 minutos por semana para descobrir novidades nas 8 a 10 campanhas que a companhia lança todos os dias.

“A origem do ecommerce é na lógica da necessidade e busca,” disse o CEO. “A gente cresceu com a lógica da descoberta e inspiração.”