Augusto Cruz Neto mantém quase sempre a mesma rotina noturna: deita na cama e abre o Vitamin Bible, seu livro preferido, escrito por Earl Menden, um nutricionista canadense que é uma das referências quando o assunto é vitaminas.

12027 f2de264a 2cef 3f9b 667f 4e3181b2cb75“O livro começa com uma provocação ótima, perguntando quantas vezes você já tomou um remédio para curar um sintoma. Depois, ele pergunta quantas vitaminas você já tomou para prevenir o envelhecimento e melhorar sua imunidade,” Augusto disse ao Brazil Journal.

Foi com essa cabeça que o empreendedor fundou a Vitamine-se, uma startup de vendas de vitaminas online que acaba de fazer sua primeira rodada de capital.

A Vitamine-se levantou R$ 8 milhões — a um valuation pre-money de R$ 40 milhões — numa rodada seed liderada pela Green Rock, o family office das famílias Salomão e Zoppi, que vendeu o laboratório Salomão Zoppi para a Dasa há cinco anos por R$ 600 milhões.

Também participaram um grupo de investidores-anjo, incluindo Luis Fernando Figueiredo; os sócios da Monte Bravo; além de Augusto Marques da Cruz Filho, pai de Augusto e o ex-CEO do Grupo Pão de Açúcar e hoje conselheiro da BRF.

A Vitamine-se é um ecommerce que vende 22 tipos diferentes de vitaminas: desde as tradicionais C e D até compostos como o própolis verde, o magnésio quelato e triptofano, que ajudam no sono.

A startup cria suas fórmulas — com as doses recomendadas, o formato e a embalagem que quer — e produz as vitaminas em plantas de terceiros.

As vitaminas — líquidas, em comprimido, cápsula em gel e gummies — funcionam para diferentes finalidades, desde o sono até ajudar no emagrecimento e no crescimento do cabelo.

Vender vitaminas não é exatamente uma inovação. Grandes e pequenas farmacêuticas já fazem isso há anos, vendendo por canais tradicionais como farmácias.

A novidade da Vitamine-se é seu modelo D2C em que, além de oferecer um portfólio mais amplo, ela acompanha a jornada do consumidor com assessoria e personalização.

A startup desenvolveu um quiz — 21 perguntas — que ao final recomenda o melhor mix de vitaminas de acordo com as respostas do consumidor, usando inteligência artificial para isso.

“Estamos tentando escalar a personalização das vitaminas e prestar um serviço melhor ao consumidor,” disse o fundador.

Antes de fundar a startup, Augusto foi investigar o lado comportamental do consumidor para identificar as grandes barreiras à compra de vitaminas.

Segundo ele, 80% dos brasileiros estariam aptos a tomar vitaminas, mas “as pessoas acham que vitaminas são remédios, que não fazem efeito ou que custam caro demais,” disse o fundador. “Nosso maior desafio é acabar com esse preconceito.”

Augusto fundou a Vitamine-se depois de trabalhar no mercado financeiro e com marketing.

Ele começou sua carreira no BBA, trabalhando com Luis Fernando Figueiredo. Depois de um pivot na carreira, trabalhou 4 anos na Lew’lara, de onde saiu para abrir uma empresa de eventos que organizou o Circuito Mundial de Surf, o Camarote Nova Schin e diversos festivais da TIM.

Depois de vender a empresa para a TBWA, foi sócio da Airfluencers, uma plataforma que conecta marcas a influenciadores digitais, antes de assumir uma posição como head de marketing da Cimed.