Kevin Mayer, até agora o chefe de direct-to-consumer da Disney, acaba de deixar a empresa para assumir o cargo de CEO da TikTok, o aplicativo chinês de vídeos curtos e engraçados que virou febre entre os adolescentes.

Mayer liderou o desenvolvimento do Disney Plus, o serviço de streaming da Disney, e foi peça-chave nas aquisições da Pixar, Marvel e Lucasfilms —  mas foi preterido como sucessor do CEO Bob Iger.

A contratação de Mayer faz parte do plano da ByteDance, a holding chinesa que controla o TikTok, de ganhar musculatura global com seus diversos negócios. (Além do app de vídeos, ela é dona, por exemplo, de plataformas de música e jogos). 

O TikTok terminou o ano passado com mais de 37 milhões de usuários nos EUA (crescimento de 98%), e o número deve chegar a 50 milhões em 2021. Este ano, 1 de cada 5 usuários de redes sociais nos EUA usarão o TikTok pelo menos uma vez por mês, segundo a consultoria eMarketer.

O problema? A maioria dos usuários do TikTok são adolescentes sem grana para gastar na plataforma. 

Um dos mandatos de Mayer será criar novas formas de receita, aumentando a monetização da base e tornando a empresa rentável. 

A ByteDance também enfrenta desafios nos EUA, onde o crescimento da popularidade do TikTok atraiu o interesse do Congresso. Dada sua origem chinesa, teme-se que o app possa censurar conteúdos ou compartilhar dados dos usuários com as autoridades de Beijing.

A entrada de um CEO americano também pode ajudar nesta frente. 

Avaliada em US$ 75 bilhões dois anos atrás, a ByteDance é hoje uma das startups mais valiosas do mundo. Seus investidores incluem o Tiger Global Management, SoftBank e Sequoia.

Em 2017, o TikTok tinha apenas 4% do mercado chinês de publicidade online, que movimenta US$ 81 bilhões por ano. Este ano, o Tiger estima que este share pode bater 19%.