É melhor Jair achando outros nomes.

Quatro dos seis conselheiros que representam a União na Petrobras decidiram deixar o conselho, apesar da proposta do Governo de reconduzi-los. A decisão abre a Petrobras a uma nova configuração do conselho num momento em que o acionista controlador dá cada vez mais sinais de mudar o atual curso das estatais.

Uma renúncia por parte dos conselheiros não é exatamente inesperada — e já era aventada por boa parte do mercado desde a demissão do CEO Roberto Castello Branco. 

Agora, o Governo terá que encontrar nomes com qualificação técnica suficiente e dispostos a colocar seu CPF em risco numa empresa cujo board já foi processado por desmandos em governos anteriores.

Estão deixando o board: João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da Cunha Sobrinho.

Dos conselheiros indicados pela União, permanecem Ruy Schneider e o almirante Eduardo Leal, que é hoje o chairman da companhia. 

Também continuam no conselho os três representantes dos minoritários — Marcelo Mesquita, Rodrigo Pereira e Leonardo Antonelli — e a representante dos funcionários.

A “renúncia à recondução” é mais um golpe na governança de uma empresa que luta há pelo menos quatro anos para se reerguer da corrupção generalizada e da intervenção nos preços de combustíveis.

Os conselheiros João Cox Neto e Nivio Ziviani disseram recusar a recondução “por razões pessoais.”

Paulo Cesar de Souza e Silva disse que, como seu mandato “será, em breve, interrompido inesperadamente peço, por favor, para não ser reconduzido ao conselho.”

O mais enfático (e crítico) foi Carneiro da Cunha, que disse que recusou a recondução por conta dos “recentes acontecimentos relacionados às alterações na alta administração da Petrobras, e os posicionamentos externados pelo representante maior do acionista controlador.”

“A mudança proposta pelo acionista majoritário, embora amparado nos preceitos societários, não se coaduna com as melhores práticas de gestão, nas quais procuro guiar minha trajetória empresarial.”