O dieselgate criado pelo Planalto derrubou a ação da Petrobras 27% em dois dias, levando diversas corretoras a recomendar a venda do papel.

Mas Citigroup e UBS estão mantendo suas recomendações de compra, com uma mensagem simples: muita calma nessa hora. 

No Citi, o analista Antonio Junqueira fez a seguinte conta: se a companhia passar a praticar preços na refinaria de 10% a 30% abaixo da paridade internacional, o que aconteceria com sua geração de caixa livre?  (Não tente isso em casa, Jair; a empresa não é sua.)

Junqueira chegou a uma faixa que vai de US$ 9 bi (se o desconto for de 30%) a US$ 17 bi (caso a política de preços não mude) de geração de caixa média entre 2021 e 2023. A conta assume o Brent a US$ 60 e o câmbio a R$ 5,10.

Quatro anos de trabalho árduo dos CEOs Pedro Parente, Ivan Monteiro e Roberto Castello Branco deixaram a Petrobras em ordem: forte geração de caixa, dívida sob controle e um business plan sólido.

O Citi disse que, uma vez que a poeira assentar, a ação deve negociar acima dos níveis atuais.

O banco adverte que a volatilidade ainda deve durar algumas semanas, dando ao investidor a chance de aumentar suas posições no papel, mas notou que “o preço da ação já está refletindo mudanças profundas na empresa. Se essas mudanças forem contidas na velocidade das mudanças nos preços na bomba, o lado positivo pode ser significativo.”

No UBS, o analista Luiz Carvalho disse que “os números falam mais alto que as palavras,” e que os da Petrobras vão bem, obrigado. Para ele, a queda dos últimos dias foi “exagerada e desproporcional.”  Entre cinco motivos para a compra, Carvalho acha que a Petrobras está mais protegida do ponto de vista da governança do que estava em outros governos. “A assimetria aponta existir mais potencial de ganho do que de perda nos preços atuais,” Carvalho escreveu.