A Merama acaba de levantar US$ 225 milhões para financiar sua estratégia de construir uma holding de marcas latinoamericanas majoritariamente digitais.

11438 4a862bff b2a3 7359 8fec fa6856d80d63A rodada Series B foi liderada pelo Softbank e Advent, e teve a participação da Globo Ventures. Os atuais investidores — Monashees, Valor Capital, Balderton Capital e MAYA Capital — também acompanharam. 

O valuation ficou acima de US$ 800 milhões, mas ainda abaixo de US$ 1 bi, o cofundador Renato Andrade disse ao Brazil Journal. 

A rodada vem apenas cinco meses depois da Merama levantar US$ 160 milhões (parte em equity, parte em dívida) para colocar sua estratégia de pé. 

De lá para cá, a startup já fez 20 aquisições de marcas nos segmentos de esportes, produtos para bebês, pets, cosméticos e eletrônicos. (A companhia diz que não abre os nomes das marcas por uma questão estratégica.)

As 20 marcas somadas devem atingir um faturamento de mais de US$ 200 milhões neste ano, e a expectativa dos fundadores é dobrar essa receita nos próximos anos. 

Diferentemente da europeia Thrasio e da americana Persh (seus principais benchmarks), a Merama tem comprado alvos maiores. O corte é um faturamento acima de R$ 20 milhões, mas algumas das companhias do portfólio já faturavam mais de R$ 150 milhões. 

“Na América Latina é muito mais complicado, porque você não consegue fazer deals em cinco dias como nos EUA. E o esforço de fazer a aquisição de uma empresa de R$ 5 milhões de faturamento é o mesmo de uma de R$ 100 milhões. Então é melhor fazer deals maiores,” disse Guilherme Nosralla, o outro fundador. 

Segundo ele, praticamente todo o recurso da rodada de hoje já está comprometido com novas aquisições, além de investimentos em capital de giro para ajudar as marcas do portfólio a crescer. Uma parte menor do capital também vai financiar a expansão do time. 

A Merama também vai começar a acelerar sua expansão geográfica: hoje a maioria de suas marcas está no Brasil e México, com algumas poucas no Peru, Colômbia e Chile. 

A ideia é entrar também na Argentina, Uruguai e na América Central, bem como ajudar as marcas do portfólio a internacionalizar seu negócio para outros países da América Latina e para os Estados Unidos. 

11437 8f2c2d55 8994 2ea9 c230 e03e062b52b3A rodada vem num momento em que a Merama começa a enfrentar concorrência no Brasil. A brandtech Adventures anunciou recentemente que começou a executar uma estratégia de comprar marcas DNVBs e ajudá-las a crescer. 

Renato diz que os modelos são semelhantes, mas com algumas diferenças: enquanto a Adventures foca mais em marcas D2C, que vendem principalmente por meio de site próprio, a Merama procura marcas que vendam majoritariamente pelos marketplaces. 

Na rodada de hoje, Paulo Passoni, do Softbank, e Wilson Rosa, da Advent, ganharam um assento no conselho da Merama. Alex Szapiro, o ex-country manager da Amazon no Brasil e hoje no Softbank, será um board observer. 

O perfil dos investidores — um fundo de growth e um private equity — dá um indicativo do caminho natural para a Merama nos próximos anos: um IPO. 

Mas Guilherme diz que isso não deve acontecer no curto prazo. “Temos que criar todos os controles e construir a holding de marcas antes.”

Como o negócio da Merama é extremamente intensivo em capital, uma nova rodada já deve acontecer nos próximos meses. Mas antes da Series C, a empresa pretende levantar dívida. 

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