O controlador da Cosan, Rubens Ometto Silveira Mello, perdeu seu irmão mais velho em um acidente aéreo na manhã de hoje. 

Celso Silveira Mello Filho estava com a família num King Air 360 que caiu em Piracicaba, a cidade natal da família.  Ele tinha 73 anos.

Também estavam a bordo a esposa de Celso, Maria Luiza Meneghel; seus três filhos, Celso, Fernando e Camila; o piloto Celso Elias Carloni e o copiloto Giovani Gulo.

Por volta dos 20 anos, Celso cursava economia no Mackenzie quando teve que parar: seu pai havia morrido, e o jovem precisaria assumir os negócios.

O mais velho dos quatro filhos, Celso começou a vida empresarial junto com Rubens, o irmão dois anos mais jovem.

Compraram algumas usinas juntos e fizeram outros negócios — mas logo seguiram caminhos diferentes.

Enquanto Rubens estudava o mercado de capitais como uma ferramenta para crescer o negócio, Celso gostava gostava da pecuária e da agricultura, e preferia não ter sócios.  Montou a CSM Agropecuária, uma holding com dezenas de fazendas espalhadas pelo País. No momento do acidente, estava a caminho do Pará, onde fica a sede da empresa.

Também desbravou terreno na educação: criou a Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida (FESAR), no Pará, com cursos de direito, economia e medicina.  No ano passado, a Afya pagou R$ 260 milhões pelo negócio, que até então era dirigido por sua filha Camila.

Celso foi duas vezes presidente do XV de Piracicaba e por três vezes campeão brasileiro de autocross — corria até agora, mesmo depois dos 70 anos.

Rubens lembra o irmão como uma pessoa dedicada, competente e que gostava de se envolver no dia a dia dos negócios. “Ele era brincalhão, expansivo e muito querido em Piracicaba. Eu nasci na usina, mas ele era muito mais do campo e da terra do que eu,”  Rubens disse ao Brazil Journal, permitindo-se talvez seu único sorriso de um dia trágico: “E ele era mais seguro do que eu, pra não dizer pão duro.”   

Celso deixa seis netos, duas noras e um genro.