Um fundo de private equity do BTG Pactual acaba de investir R$ 350 milhões para comprar o controle da CDF — uma empresa que opera os serviços de suporte técnico e instalação de aparelhos de companhias como Magazine Luiza, Via e Vivo (o chamado Vivo Guru). 

O investimento do FIP BTG Pactual Economia Real foi metade primário e metade secundário, dando saída a sócios que não estão na operação.

11555 f1ec753a 590f d586 fa21 f7c8ff66dd3cAté três meses atrás, a CDF estava na fila para fazer um IPO que iria financiar sua expansão e fortalecer sua estrutura de capital.

O aporte é o terceiro do Economia Real — que agora já está 75% investido — e a primeira rodada da CDF desde que ela foi fundada há mais de 14 anos. 

A CDF trouxe para o Brasil o mesmo modelo da Geek Squad, a startup americana que foi comprada pela Best Buy em 2002. A empresa fecha parcerias com grandes varejistas, empresas de telecom e de utilities, que passam a oferecer seus serviços ao cliente final.

“É um modelo white label. Nossos parceiros oferecem o serviço com o nome deles, mas é a CDF que faz todo o atendimento,” o CEO Eugenio Staub Filho disse ao Brazil Journal. 

A empresa tem mais de 450 técnicos para atendimento remoto e 8 mil terceirizados.

Quando alguém compra uma televisão na Magalu, por exemplo, o vendedor oferece a contratação do Magalu Conecta (um serviço de suporte técnico que dura de 3 a 12 meses) e do Magalu Soluções (o serviço de instalação e setup inicial do aparelho). 

A CDF opera os dois serviços — e paga uma comissão ao Magalu por originar as vendas. 

No ano passado, a CDF faturou R$ 172 milhões com esses serviços, com margem EBITDA de 32% num ano prejudicado pela pandemia. A empresa cresce o faturamento a uma taxa anual média composta de mais de 15% nos últimos cinco anos. 

A base de clientes ativos — aqueles que têm algum serviço contratado com a CDF — é de mais de 9 milhões. 

A capitalização vai permitir à empresa ampliar seus canais de distribuição, penetrando no varejo regional, e aumentar o portfólio de produtos. 

Tipicamente, quando fecha com um novo parceiro, a CDF precisa fazer um aporte financeiro inicial (uma espécie de adiantamento das comissões).

“É um incentivo para o parceiro começar a comercializar os nossos serviços,” diz Eugenio. “Normalmente, numa operação desse tipo você faz um business plan com o parceiro comercial e, se ele cumpre a meta de vendas, ele não precisa devolver a antecipação.”

O mercado de internet of things —  dispositivos conectados à internet dentro de casa — deve aumentar substancialmente o mercado potencial da CDF nos próximos anos. A empresa também está começando a atender a indústria de utilities, por meio de uma parceria com a Comgás, fazendo a manutenção preventiva dos aquecedores de gás nas residências. 

A empresa também avalia M&As estratégicos. 

Nos últimos anos, a CDF comprou a Tectotal, até então seu principal concorrente, e a AXA Assistance.