O novo brinquedinho da Embraer acomoda até 12 passageiros, voa de São Paulo a Miami sem escala, e custa a partir de US$ 21 milhões. 
 
O Praetor 600 também decola curto e sobe rápido – características que permitem operar em pistas curtas como Angra dos Reis ou Jacarepaguá.
 
O novo jatinho coloca a Embraer na disputa pelo concorrido segmento ‘super midsize’ – mercado que deve movimentar US$ 30 bilhões na próxima década.  Para efeito de comparação, o jato mais caro da categoria é o Falcon 2000s: US$ 30 milhões (preço de lista).
 
O Praetor 600 começou a ser entregue aos primeiros clientes no final de junho e fez sua estreia ontem na Labace, a feira de aviação executiva que acontece até quinta-feira em Congonhas. A Embraer já vendeu várias unidades da família Praetor nos EUA e na Europa e três no Brasil: um para um empreendedor da nova economia, e dois para bancos.

Mas o Praetor não está sozinho. Os concorrentes também estão na exposição, disputando a atenção dos clientes brasileiros, mais animados com a retomada do mercado: o Falcon 2000S da Dassault, e o G280, da Gulfstream e o Citation Longitude, da Cessna. 
 
(Oficialmente, o líder da categoria, o Challenger 350, não está na feira, mas o Brazil Journal soube que a Bombardier trouxe este e outros aviões para um hangar de táxi aéreo em Congonhas e deve fazer voos de demonstração com clientes.) 
 
Dos quatro concorrentes da Embraer, três estão no mercado há cerca de cinco anos – dando à empresa brasileira, ao mesmo tempo, o benefício de lançar um produto baseado no que sabidamente funciona e o desafio de conquistar mercado onde outros estão estabelecidos.

“Esse jato é fantástico para a categoria em termos de eficiência, segurança, tecnologia e custo operacional baixo,” disse um piloto que testou o Praetor.  “Não há nada que chegue perto deles nessa categoria.”
 
O Praetor 600 não é exatamente um projeto novo. É baseado no Legacy 500, que ganhou mais autonomia e uma nova cabine. 
 
O Praetor 600 – assim como sua versão mais compacta, o Praetor 500, que também estreia este ano na Labace – traz tecnologias típicas de jatos maiores e mais caros, como o sistema full fly by wire, que substitui os controles manuais por uma interface eletrônica, e um sistema de redução ativa de turbulência. 
 
O Praetor também vem com uma antena de internet banda larga, desenvolvida pela própria Embraer. (A antena ainda depende de certificação para funcionar no Brasil.)
 
O design da cabine foi todo desenhado pela própria Embraer e inclui uma cama que se forma a partir da junção de duas poltronas.
 
O Praetor 600 já tem pedidos para ocupar a fábrica da Embraer em São José dos Campos por um ano. 
 
A Embraer aposta nos Praetor para atingir o guidance de 90 a 110 entregas na aviação executiva – meta que ainda parece longe de ser atingida. No primeiro semestre, foram entregues 36 jatos executivos.
 
A Embraer é conhecida na aviação executiva por entregar um produto bastante eficiente, com custos operacionais baixos. A fórmula costuma vir dos ganhos de sinergia entre as áreas executiva, comercial e militar – sinergia que deve se perder com a venda da comercial para a Boeing.
 
Mas o cliente brasileiro parece ter finalmente acolhido a Embraer. De cada dois jatos privados entregues no Brasil nos últimos dez anos, um saiu de uma fábrica da Embraer.
 
Já são 190 jatinhos Embraer voando no Brasil, dos quais 91 são do modelo Phenom 100. Mas enquanto o Phenom garante números vultosos em unidades vendidas, na receita o impacto é pequeno: o modelo de entrada custa na faixa de US$ 4,5 milhões. 
 
Abaixo, o cockpit e a copa (galley) do Praetor 600.
 
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