A Ambar — a startup que tenta aumentar a eficiência dos canteiros de obras — acaba de levantar uma rodada de R$ 200 milhões para expandir sua vertical de softwares para a construção.

A capitalização foi liderada pela Echo Capital, a gestora de Guilherme Weege, o controlador da Malwee, e pela Oria Capital, um VC focado em empresas de software B2B que já investiu na Zenvia e Gupy.

11706 046a999f cf5c 151d 2c10 e4ced224f548A Ambar foi o primeiro investimento da Echo, que acaba de levantar seu primeiro fundo.

A TPG Capital e a Argonautic Ventures, que já haviam investido na empresa antes, também acompanharam. A Ambar já levantou R$ 360 milhões em seus oito anos de história.

A rodada Série C vai financiar os planos do fundador Bruno Balbinot de criar o primeiro “sistema operacional da construção civil.”

“A palavra central dessa rodada é ‘software’,” Bruno disse ao Brazil Journal. “Já avançamos muito nessa agenda com a compra da Autodoc [por R$ 76 milhões há dois meses], mas ainda vemos uma oportunidade gigantesca de integrar toda a comunicação do sistema de quem constrói. Uma obra tem diversas etapas, e essa comunicação entre as partes ainda gera muitos erros na produção.”

Segundo ele, parte do dinheiro da rodada vai pagar uma parcela da aquisição da Autodoc. O restante vai ser investido em aumentar a penetração dos softwares da Ambar entre clientes atuais e novos — com um esforço comercial maior — bem como no desenvolvimento de novos produtos.

A Ambar também está de olho em comprar empresas que já tenham soluções prontas para o setor, ainda que o foco principal seja desenvolver in house.

A Ambar nasceu focada na construção modular: ela fabrica peças pré-moldadas e depois as despacha para as construtoras, que fazem a montagem como um Lego da vida real.

Esse tipo de construção offsite já é relativamente comum no setor, mas a fabricação tipicamente é feita projeto a projeto, sem padronização e escala.

A inovação da Ambar foi conseguir identificar padrões comuns a todas as obras e criar módulos de paredes extremamente padronizados, dando escala ao processo e gerando eficiência.

A startup já fabricou mais de 350 mil unidades e atende cerca de 700 construtoras — incluindo Cyrela, MRV, Direcional e Tenda — que pagam um valor por cada unidade construída.

Três anos atrás, a Ambar entrou no mercado de software, criando soluções para a gestão da jornada da construção — começando pela compra dos insumos por meio de um marketplace e pela gestão da obra.

Mas foi com a compra da Autodoc que ela entrou de vez nesse mercado, adicionando a seu portfólio softwares como o Autodoc Projetos, que simplifica o processo de criação de um projeto para a construção de um prédio; e o GD4, que gerencia a relação das construtoras com seus diversos fornecedores de serviços, como pintores e instaladores.

No mês passado, a Ambar fez um annual recurring revenue (ARR) de R$ 190 milhões, o dobro de novembro de 2020. Bruno diz que a empresa chegou ao breakeven no terceiro trimestre e que vai fechar este ano com um EBITDA “muito próximo de zero.”

“Daqui pra frente, queremos manter essa trajetória de elevação de margem e diluição de SG&A,” disse o fundador. “Não tem porque crescermos mais sem rentabilidade.”