O Uber tomou mais uma medida para estancar sua hemorragia de caixa.

A empresa está fechando o Xchange Leasing, seu negócio de ‘leasing sub-prime’ nos Estados Unidos.

O negócio, que existe há dois anos, consiste basicamente em comprar carros novos e alugá-los para motoristas com um perfil de crédito tão fraco que não conseguiam aprovação nas empresas de leasing tradicionais, ligadas à Toyota, Hyundai, Ford ou GM.

O Wall Street Journal, que deu a notícia com exclusividade, disse que o Uber decidiu fechar o negócio depois que seus executivos descobriram que o prejuízo era — tá sentado? — 18 vezes maior que o estimado.  (A Reuters diz que há interessados em comprar o negócio.)

Os executivos esperavam que a perda por carro ficasse em cerca de US$ 500, o que seria compensado pelas comissões geradas pelas corridas, mas o prejuízo por automóvel chegou a cerca de US$ 9 mil — metade do valor de um carro.
 
O negócio era subprime até a medula: o Uber cobrava um leasing mensal de cerca de US$ 500 — bem acima do preço cobrado nas concessionárias. Para fazer a conta fechar, os motoristas faziam jornadas longuíssimas e acabavam devolvendo os veículos em más condições, o que derrubava o preço de revenda.
 
De acordo com o Journal, a empresa investiu cerca de US$ 600 milhões no projeto e pegou um empréstimo de US$ 1 bilhão com um consórcio de bancos para financiar a compra dos carros. 

O fechamento do Xchange é mais uma tentativa do Uber de parar de perder dinheiro; a companhia teve um prejuízo de US$ 3 bilhões ano passado.

Em junho, o Uber fundiu sua operação na Rússia com o aplicativo da Yandex, uma espécie de Google russa, e ficou com 36,6% da nova empresa. E, há um ano, fundiu sua operação na China com a Didi Chuxing, o “Uber chinês”.

As mudanças de rota têm ocorrido sem piloto. Desde que Travis Kalanick deixou a presidência no mês passado, a companhia é administrada por 14 pessoas num comitê executivo.