A farmacêutica suíça Roche comprou o mySugr, um app que ajuda a administrar o diabetes, dando esperança de que a aproximação entre o Big Pharma e o Vale do Silício possa facilitar o acesso à saúde no mundo.
 
O grande motivo por trás da compra?  Big Data.
 
O mySugr — que tem 1 milhão de usuários em 52 países — permitirá que a Roche colete dados diários sobre a saúde dos usuários (nível de açúcar, padrões de nutrição, exercício físico e uso de medicamentos), uma massa de informação que pode se provar valiosa para a pesquisa científica.  A Roche tem um grande negócio de diagnóstico de diabetes.
 
A utilização principal do mySugr envolve a captura da taxa de açúcar no sangue dos seus usuários, seja conectando-se por bluetooth com o aparelhinho medidor de glicemia, ou capturando o display do medidor pela câmera do celular.
 
Por meio do app, o usuário acompanha a evolução de sua glicemia em resposta a variações na sua alimentação. O app identifica padrões de resposta do organismo e ajuda o usuário a manter o diabetes sob controle.
 
O valor da compra não foi revelado. De acordo com o Crunchbase, o mySugr tinha levantado menos de US$ 7 milhões até agora em rodadas de seed capital; o braço de venture capital da Roche já era investidor na empresa.
 
Grande parte dos funcionários da mySugr vive com diabetes, muitos desde a infância.

A aquisição da Roche vem num momento em que as próprias empresas de tecnologia estão começando a explorar possibilidades no negócio de saúde. No ano passado, a Apple adquiriu a Gliimpse, uma startup que permite que o usuário construa, personalize e compartilhe seu histórico de saúde. 
 
O tema é quente no setor de saúde. O compartilhamento de electronic health records pode poupar o paciente de exames desnecessários, reduzir desperdício e baixar custos no sistema de saúde como um todo — além de, como no caso da mySugr, fornecer uma massa de dados gigantesca para a descoberta científica.

 

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