O mercado está revendo suas expectativas de curto prazo para a Renner.José Galló
 
O CFO da empresa, Laurence Gomes, participou de uma conferência do JP Morgan em São Paulo nesta terça, e fez referência a um mês de julho ‘desafiador e promocional’, situação que perdura em agosto. 
Gomes disse que no terceiro trimestre a Renner não deve ter aumento em sua margem EBITDA, uma métrica de rentabilidade, mas que espera voltar a expandir a margem no final do ano.
 
Os comentários levaram as ações da Renner a fechar em queda de 4%, na mínima do dia, com volume o dobro da média.  Nos últimos cinco pregões, a ação já perdeu 8,3%.
 
Gestores que participaram do evento agora estimam que a empresa deve apresentar crescimento de venda (no conceito ‘mesmas lojas’) entre 0% e 3% no trimestre.
 
Parte da fraqueza da Renner tem causas específicas.  
 
Nos últimos meses, a empresa continuou a implementar seu novo sistema de logística (o ‘push and pull’) e atualizou seu ERP, o que gerou um ajuste temporário nos processos e rupturas pontuais.

A introdução da coleção primavera-verão teve um ‘timing’ infeliz.  Como o clima continuou frio, a nova coleção não encontrou demanda e só São Pedro pode impedir o encalhe.  
 
Além disso, houve uma queda no tráfego das lojas em algumas regiões do País, o que pode ser reflexo da Olimpíada — ou da economia fraca. 
O update da Renner encontra eco nas empresas de shoppings.  Informalmente, há empresas falando em queda de 10% a 15% no tráfego de agosto, mas sempre com a explicação olímpica.
 
No varejo como um todo (menos sujeito às intempéries do clima), a atividade parou de piorar no trimestre passado, mas ninguém está falando de uma recuperação mais pronunciada.