Frank Underwood e Pablo Escobar são homens que custam caro.

A Netflix chegou a cair 12% em Bolsa de Nova York depois de avisar aos investidores que provavelmente precisará de vender novas ações no ano que vem para continuar produzindo conteúdo exclusivo, como ‘House of Cards’ e ‘Narcos’.  Mais tarde, a ação reduziu a queda para 6%.

Os números do terceiro trimestre também mostraram uma desaceleração no crescimento da base de assinantes nos EUA.

Narcos

“Investir em conteúdo original continua sendo a estratégia certa para a Netflix,” disse a empresa. “O conteúdo exclusivo, ‘apenas no Netflix’, diferencia nosso serviço, nos permite alavancar nossa plataforma global, reduz nossa dependência de terceiros, e adiciona valor à marca. Além disso, na medida em gastamos mais produzindo e ficando donos de nosso conteúdo, estamos construindo uma biblioteca ao longo do tempo.”

A Netflix continua queimando caixa, mais ou menos 1 bilhão de dólares por ano. A empresa teve um fluxo de caixa negativo de 252 milhões de dólares no terceiro trimestre, comparado a 229 milhões no trimestre anterior.

No trimestre, a Netflix conquistou 880 mil novos assinantes nos EUA, comparado a um ganho de 980 mil no mesmo trimestre do ano passado, e a uma previsão de 1,15 milhão de novos assinantes.

A empresa disse que os números ficaram abaixo do esperado porque houve muito ‘churn’ involuntário, ou seja, clientes que foram desconectados porque não pagaram pelo serviço em dia. “Acreditamos que isto foi causado em parte pela transição para cartões de crédito e de débito com chip,” a empresa disse aos acionistas.

Fora dos EUA, a companhia ganhou 2,74 milhões de novos assinantes internacionais; os analistas esperavam apenas 2,45 milhões. No mundo todo, a Netflix tem agora 69 milhões de assinantes, e espera terminar o ano com 74 milhões.

No quarto trimestre, a Netflix estima que vai ganhar 1,65 milhão de novos assinantes nos EUA, mas os analistas previam 1,81 milhão.

A empresa também citou a série Narcos, dirigida por José Padilha com Wagner Moura no papel do traficante Pablo Escobar, como prova de que está se tornando ‘uma plataforma global de distribuição para criadores de todo o mundo.’

“Narcos … é outro bom exemplo de um original de Netflix — aclamada tanto por críticos quanto pelo público — e de natureza global (bilíngüe, diretor e protagonista brasileiros, elenco latino e americano, rodado na Colômbia) com audiência substancial em todos os nossos territórios.”