O inverno esquentou os resultados da Arezzo.

As coleções lançadas no segundo trimestre — cheio de datas comerciais como o Dia das Mães e o Dia dos Namorados — tiveram boa aceitação e impulsionaram as vendas da companhia de moda, com alguma ajuda da economia, que ensaia botar o primeiro pezinho fora da lama.

A companhia dos Birman está se provando um caso clássico de alavancagem operacional no varejo:  quem conseguiu cortar custos e encontrar eficiências na crise agora está ganhando margem.

A receita líquida subiu 11,2% frente ao mesmo período de 2016, enquanto o EBITDA cresceu 22,8% e o lucro avançou 30%. 

O crescimento das vendas para os consumidores finais (o chamado ‘sell out’), levando em conta apenas lojas próprias e franquias, acelerou para 5,3%, mais que o dobro dos 2,5% do mesmo período do ano anterior. O número é ainda mais expressivo dada a queda significativa da inflação de um ano para cá.

Já a métrica de ‘sell out’ mais abrangente, que inclui as vendas online, subiu 6,8% contra 2,8% no mesmo trimestre de 2016. O crescimento do ecommerce está ajudando a turbinar a rentabilidade da companhia: as vendas online subiram 33,6% e já representam 9% do total.

A Arezzo&Co vem ficando o pé na Internet desde 2015.  Naquele ano, lançou o site para vendas da marca Arezzo, seu carro-chefe. Em 2016, foi a vez das marcas Schutz, de maior preço, e Anacapri, a mais popular. Nesse ano, a Fiever, a marca mais jovem do grupo, com uma pegada mais urbana, também estreou o canal de vendas pela web.

A margem bruta expandiu de 44,7% para 46,9% na comparação ano contra ano. Parte do aumento, no entanto, foi reflexo de um incentivo fiscal de ICMS, que respondeu por 0,9 ponto percentual do avanço, nas contas do BTG Pactual.

As lojas multimarcas — o segundo maior canal da empresa, com 24,3% das vendas, atrás apenas das franquias — cresceram o faturamento em 7%. A Arezzo limpou a base de revendedores, eliminando aqueles com pior desempenho e focando nos que mostravam a melhor execução. 

A companhia gerou R$ 40,8 milhões de caixa operacional no trimestre, contra R$ 7 milhões no mesmo período de 2016, resultado de uma gestão mais eficiente de capital de giro, com melhora significativa nas contas a receber e estoques.

Nos comentários sobre o resultado, a Arezzo destacou ações de marketing — uma constante na companhia, que lança em média 15 coleções por ano.

Em junho, em paralelo à liquidação da coleção de inverno, a companhia lançou a Cruise Collection na marca Arezzo e da Resort Collection na Schutz, antecipando alguns modelos que serão tendência na coleção de verão — uma prática comum no mercado europeu.

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A companhia disse que lançará no final de agosto uma coleção de sapatos, bolsas e acessórios licenciada com os personagens Mickey e Minnie.

Os produtos tiveram boa aceitação dos franqueados e clientes multimarcas durante os eventos de ‘sell-in’ feitos no trimestre.

Com isso, a Arezzo&Co espera repetir o sucesso da coleção Villains, lançado em maio também em parceira com a Disney. O grupo disse que a coleção, inspirada em personagens vilãs, reforça o posicionamento da Schutz como uma marca “inovadora, sexy e exclusiva”. 

A Anacapri — uma marca recente na qual a Arezzo ainda vê muito potencial de crescimento —  aumentou suas vendas em 35%. A Arezzo, o carro-chefe dos Birman com mais de metade das vendas da empresa, cresceu 5,6%. Já a Schutz — a marca mais premium do portfólio com exceção da Alexandre Birman — e que responde por um terço das vendas, avançou apenas 1,2%.