Em mais um lance que sugere o fortalecimento de Nelson Tanure em sua tentativa de participar das decisões sobre o futuro da Oi, duas vagas no conselho de administração da companhia ficaram vagas nas últimas horas.
Ontem à noite, o CFO da empresa, Flavio Nicolay Guimarães, foi substituído no cargo por Ricardo Malavazi Martins, que até agora era conselheiro da empresa — originalmente representando a família Jereissati.
Ainda na manhã de ontem, a Oi comunicou ao mercado que outro conselheiro, Marcos Grodetzky, havia renunciado ao cargo na sexta-feira.
As duas vagas abertas sugerem que Tanure e a Pharol, que representa os acionistas da Portugal Telecom, estão próximos de um acordo para conviver pacificamente no conselho da Oi e lutarem juntos contra os credores da empresa, que pediu recuperação judicial em junho depois de anos de gestão questionável por seus acionistas controladores. (Na RJ, a empresa para de pagar seus credores e propõe um plano para pagar suas dívidas no longo prazo.)
Se as conversas chegarem a bom termo, Tanure deve indicar Hélio Costa, o ex-ministro das Comunicações e político mineiro, e Demian Fiocca, ex-presidente do BNDES, para as duas vagas em aberto.
Um fundo controlado por Tanure, o Société Mondiale FIA, tem 7% das ações ON e 5% das PN da Oi.
O novo CFO, Ricardo Malavazi Martins, iniciou a carreira na tesouraria do BCN e do Bradesco. Mais tarde, foi diretor financeiro e de investimentos da Petros por seis anos. Atualmente, é membro dos conselhos de administração da Jereissati Participações e da Pharol SGPS.
A negociação de um plano de recuperação judicial é um combate distributivo — às vezes longo e sangrento — para determinar quem colherá os frutos da volta da empresa à normalidade: os acionistas ou os credores?
A Moelis também criticou provisões do plano que ‘protegem e isentam’ os atuais acionistas de processos legais pendentes e futuros ‘envolvendo violação de leis aplicáveis, fraudes e outras alegações, por meio de amplas concessões e isenções de responsabilidades.’