O Ibovespa superou ontem a barreira dos 71 mil pontos, seu maior patamar desde janeiro de 2011 e próximo da máxima histórica de 73.516 pontos atingida em 2008.

Mas apesar das manchetes celebratórias, os 71 mil não significam muita coisa.  Trata-se apenas de um valor nominal, que desconsidera o impacto que variáveis como câmbio, inflação e juros têm no valor real das ações que fazem parte do índice.

Em termos reais a Bolsa brasileira ainda está longe do seu auge de nove anos atrás — para os pessimistas, um sinal de que a economia ainda está cambaleante; para os otimistas, de que o índice ainda tem muito pra subir.

Corrigindo o Ibovespa pela inflação medida pelo IPCA, o índice vale hoje só metade do que valia na máxima de 2008. Em outras palavras, na corrida entre a inflação e os preços das ações, a inflação teve mais fôlego.

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Corrigindo o Ibovespa pelo dólar, o índice de referência da bolsa ainda está em 22.689 pontos, ou quase a metade dos 42 mil pontos da máxima de março de 2011. Ou seja, em dólares, o investidor ainda está perdendo dinheiro em relação ao que tinha seis anos atrás.

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Finalmente, quando se analisa o custo de oportunidade (isto é, quanto o investidor teria ganho se tivesse estacionado seu dinheiro na renda fixa), a comparação é ainda mais impressionante. Ajustado pelo CDI acumulado, o Ibovespa vale hoje metade do que valia em 2010 e só 37% de sua máxima de 2008.

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Quem aplicou R$ 100 no CDI há cinco anos hoje tem R$ 169; quem aplicou na Bolsa, tomando muito mais risco, tem apenas R$ 122.

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