Mais de R$ 1 bilhão em imóveis comerciais trocaram de mãos em São Paulo nas últimas 24 horas.  Outro meio bilhão está sendo negociado.

A EZTEC acaba de anunciar a venda da Torre B do complexo EZ Towers para a Brookfield por R$ 650 milhões, ou R$ 13,8 mil/metro quadrado.

A incorporadora da família Zarzur estava sendo assediada há meses por investidores, mas sempre resistia a puxar o gatilho numa transação. Para efeito de comparação, em 2013 a Torre A, que ainda estava em construção, foi vendida para a São Carlos por R$ 564 milhões. A Torre B está pronta e quase toda locada.

Ontem, a São Carlos vendeu o Centro Empresarial do Aço — um conjunto de duas torres ‘classe A’ localizada no Jabaquara, zona sul de São Paulo — por R$ 296 milhões, um preço que embute um ‘cap rate’ entre 8% e 9%.

 
A São Carlos chegou a anunciar a venda deste prédio em outubro de 2015, mas o comprador — o Pátria — abriu a operação meses depois.

Desta vez, o comprador foi a Barzel Properties, a gestora imobiliária de Nessim Daniel Sarfati, o ex-braço direito de Elie Horn na Cyrela Commercial Properties.

Na opinião de alguns brokers, o preço por metro quadrado pago pela Barzel já precifica confiança numa recuperação econômica.

Já a Even e a Yuny venderam ontem uma torre corporativa que é parte do empreendimento multiuso Urbanity. O comprador — um fundo de private equity ainda não identificado — pagou R$ 204,5 milhões, sendo R$ 75 milhões à vista e o restante em 30 dias. 

Cada um dos vendedores tinha 50% do ativo, que tem previsão de habite-se para dezembro deste ano.

O preço pago na torre do Urbanity foi de R$ 7 mil o metro quadrado, tido como muito baixo para o padrão do edifício. A 800 metros dali, para efeito de comparação, a Fosun acaba de comprar uma das torres do Parque da Cidade por cerca de R$ 12 mil o metro quadrado. 

 
As transações evidenciam uma recuperação de liquidez dos escritórios corporativos ao longo do último ano que incluiu, além da compra da Fosun no Parque da Cidade, a compra do Robocop pela BR Properties. 

Outro foco de atividade no mercado comercial está no Condomínio São Luiz, na Avenida Juscelino Kubitscheck.

Em julho, a Previ vendeu uma das quatro torres que compõem o São Luiz por R$ 77 milhões para a SDI Gestão, da família Abreu Pereira.

Agora, tanto a Promon quanto a Petros estão na reta final para vender outras duas torres do complexo.  (A quarta torre continuará nas mãos de investidores pessoas físicas.)

Brokers estimam que só as transações do São Luiz devem movimentar cerca de R$ 250 milhões.

Os compradores pretendem submeter o complexo — cuja construção teve início em 1976 e terminou em 1984 — a um ‘retrofit’ que recupere o valor do aluguel, hoje na casa dos R$ 60/metro quadrado, para R$ 90.

 
Numa Faria Lima dominada por edifícios no estado da arte como o Miss Silvia, o Pátio Malzoni e o Faria Lima 3500, sede do Itaú BBA, o São Luiz ficou parado no tempo.

Last but not least, a Autonomy, gestora imobiliária inglesa, está procurando compradores para o Atrium Faria Lima e o Alexandre Dumas (AD 2200), empreendimentos há muito em seu portfólio. A ideia da gestora é fazer a venda de porteira fechada.